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Internacional

OEA culpa Maduro por "êxodo" de venezuelanos e pede resposta regional

Agência EFE
Publicado em 05/09/2018 - 19:29
Washington
Secretário-geral da OEA Luis Almagro
© Lenin Noly/EFE/direitos reservados
Agência EFE

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, culpou nesta quarta-feira (5) o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo "êxodo" em massa de venezuelanos e instou os países da região a enfrentar a "crise" com um enfoque de "responsabilidade compartilhada".

"O colapso deste país irmão para um regime violento tem que importar a todos, porque os venezuelanos estão na Venezuela, mas muitos também estão fora", afirmou Almagro ao começo de uma sessão extraordinária do Conselho Permanente do organismo, com sede em Washington.

Almagro assegurou que "as consequências da crise na Venezuela estão fazendo venezuelanos sofrerem, mas este êxodo também está afetando vários países da região", que estão mostrando "solidariedade", embora sofram "limitações".

Em seu discurso, Almagro fez um retrato das "realidades" que, em sua opinião, o povo venezuelano enfrenta diariamente, como a má gestão, a manipulação, a corrupção, a falta de direitos e de saúde, além da "morte pela falta de alimentos".

"A má gestão da economia levou a uma inflação galopante, que chegou ao 1.000.000% neste país, algo sem precedentes. A escassez de produtos básicos empurrou muitas pessoas à pobreza e torna o dia a dia dos venezuelanos cada vez mais difícil de aguentar", lamentou.

O secretário-geral da OEA pediu aos Estados da região para chegar a um "consenso regional" que reconheça a existência de uma "crise" devido à imigração em massa de venezuelanos para depois poder estabelecer respostas conjuntas que garantam o acesso à educação, à saúde e à alimentação.

Por outro lado, os representantes de Venezuela e Nicarágua expressaram sua rejeição à realização desta sessão extraordinária do Conselho Permanente, que foi convocada a pedido de Almagro.

A ONU estima que até junho deste ano 2,3 milhões de venezuelanos saíram de seu país, principalmente rumo à Colômbia, ao Equador, Peru, Chile e Brasil.

A Venezuela perdeu mais de 40% de seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro anos e registra uma inflação disparada, que calcula-se que alcance 1.000.000% neste ano, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).