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Internacional

Rússia diz ter provas de que Ucrânia derrubou avião malaio em 2014

Agência EFE
Publicado em 17/09/2018 - 10:33
Moscou
Agência EFE

A Rússia informou nesta segunda-feira (17) que tem provas que indicam a Ucrânia como responsável pelo desaparecimento e a possível queda do avião que fazia o voo MH17 da Malaysia Airlines, em 2014, e que matou todos os 298 ocupantes.

De acordo com as investigações internacionais, o avião foi derrubado enquanto sobrevoava o espaço aéreo da Ucrânia, mas em um setor controlado por separatistas pró-russos.

"Temos gravações das conversas telefônicas de militares ucranianos feitas em 2016, e a análise corrobora as conclusões sobre o envolvimento direto da parte ucraniana na queda do Boeing malaio", declarou em pronunciamento à imprensa o porta-voz do Ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov.

Konashenkov acrescentou que Kiev é responsável não somente pela tragédia com o avião malaio, mas também pela "manipulação da investigação internacional".

A Equipe Conjunta de Investigação (JIT, em inglês), formada depois do desastre, confirmou previamente que o sistema de mísseis antiaéreos que derrubou o avião malaio pertencia a uma unidade militar russa, que o transferiu de Kursk (Rússia) até Donetsk (Ucrânia) um mês antes do ataque.

Segundo os militares russos, o míssil com o qual a aeronave foi derrubada quando sobrevoava o território da Ucrânia foi entregue a esse país em 1986 e, em 2014, esteve a serviço da unidade ucraniana número 223 que participava da operação contra as milícias pró-russas no leste do país.

"Desde 2014 (o destacamento) participou, em várias ocasiões, da chamada operação antiterrorista nas províncias de Donetsk e Lugansk", afirmou Konashenkov.

Além disso, de acordo com os novos dados apresentados pela Defesa russa, o vídeo sobre o suposto deslocamento do míssil é "uma montagem criada a partir de uma foto".

Konashenkov manifestou a confiança de que os investigadores internacionais levarão em consideração as provas apresentadas hoje pela Rússia e "não duvidarão de sua autenticidade".

"Uma coisa é se basear em vídeos tirados da internet e outra, em documentos concretos como expusemos hoje", acrescentou.

Nikolai Parshin, chefe do Departamento de Artilharia e Mísseis do Ministério de Defesa, afirmou que após a queda da URSS, o míssil levado à Ucrânia "nunca voltou ao território da Rússia" e ficou em poder do Exército ucraniano.

Toda a informação sobre o envolvimento da Ucrânia na queda do avião será em breve publicada no site do Ministério de Defesa, prometeram os militares russos.

Um total de 298 passageiros e tripulantes, entre eles 196 holandeses, viajavam no voo da Malaysia Airlines entre Amsterdã e Kuala Lumpur, quando ele foi derrubado por um míssil terra-ar disparado de uma zona do leste de Ucrânia controlada pelas milícias pró-russas.

Horas depois da tragédia, ocorrida em 17 de julho de 2014, Holanda e Austrália acusaram a Rússia de estar envolvida no acidente, o que Moscou rejeitou categoricamente.