Vencedora do Nobel da Paz promete "ser a voz de quem não tem voz"
A ativista iraquiana yazidi Nadia Murad, vencedora do prêmio Nobel da Paz 2018, anunciou o compromisso de ser a porta-voz dos que são silenciados e não podem contar sua situação. "Eu me comprometo a ser a voz de quem não tem voz", disse a sobrevivente de escravidão sexual do Estado Islâmico durante entrevista coletiva em Washington.
Nadia se disse honrada por receber o prêmio e prometeu ajudar em sua causa, a denúncia do genocídio da comunidade yazidí e a violência sexual em conflitos, assim como a recuperação da vida dos afetados por essas situações.
"É uma honra compartilhá-lo com os yazidis, os iraquianos, os curdos e outras minorias perseguidas e todas as vítimas, especialmente as de violência sexual, em todos os cantos do mundo", destacou Murad, de 25 anos.
A ativista advertiu que sozinha não conseguirá cumprir tudo que sua causa exige e convocou a comunidade internacional a trabalhar junto com ela.
"Um prêmio sozinho e uma pessoa sozinha não conseguem cumprir esse objetivo. Precisamos de um esforço internacional, com a ajuda de instituições e a participação de mulheres e jovens, com a participação das vítimas para trazer a vida de novo para as regiões destruídas pela guerra", comentou.
"Convoco todos os governos para se unirem a mim a fim de combater o genocídio e a violência sexual. O mundo deveria garantir que haja responsabilidades para que a violência sexual em conflitos pare", completou.
Nesse sentido, defendeu que o foco é fazer com que os autores dos crimes cumpram sua responsabilidade para que seja feita justiça às vítimas.
"Devemos trabalhar juntos, com determinação, para torná-los responsáveis e conseguir justiça para as vítimas, especialmente para as de violações sistemáticas do Estado Islâmico e outros grupos terroristas", disse Nadia Murad.