Emissões poluentes caem 13% entre 1990 e 2016, segundo relatório
As emissões de gases do efeito estufa dos países desenvolvidos diminuíram 13% entre 1990 e 2016 apesar do aumento da população e do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, segundo relatório apresentado na Cúpula do Clima, realizada na cidade de Katowice, na Polônia.
O documento, elaborado pelo secretariado para a Mudança Climática das Nações Unidas, é crítico em relação à situação atual e detalha que, embora os países desenvolvidos estejam avançando na redução das emissões, em muitos casos o avanço não cumpre os objetivos estabelecidos, por isso é necessário mais ambição política dos governantes.
Entre 2010 e 2016, as emissões desses países diminuíram 4,4% "devido a ações climáticas que compensam amplamente o impacto do crescimento econômico e o aumento da população".
O relatório destaca que as medidas estão dando resultados, o que constitui um grande passo para aprofundar o Acordo de Paris sobre a mudança climática.
O texto destaca que "as metas de redução de emissões para 2020 se veem cada vez mais como um ponto de partida para se aprofundar na ambição do que foi proposto no Acordo de Paris, o que torna necessário intensificar o esforço, as políticas e as ações nessa direção".
Energia renovável
Entre os aspectos mais exaltados, o relatório ressalta que a capacidade instalada de energia renovável no mundo está se duplicando a cada quatro anos.
O documento também afirma que os recursos oferecidos pelos países desenvolvidos para a adaptação com a finalidade da mudança climática e redução de emissões aumentaram 13% entre 2013/2014 e 2015/2016.
Nessa linha, o estudo enfatiza que um aumento desses recursos tecnológicos e financeiros oferecidos pelos países desenvolvidos representaria - para os países em desenvolvimento - "um incentivo para acelerar a mudança para um modelo de desenvolvimento baixo em emissões".
O relatório insiste na necessidade de avanço. "São necessárias mudanças nas leis, institucionais e políticas sólidas, algo que muitos países desenvolvidos já começaram a estabelecer", acrescenta.
"A mudança para economias com baixas ou zero de emissões de carbono está a caminho, mas o avanço é ainda é lento", lamenta o relatório, que também aponta países que estão fazendo um esforço especial na luta contra os efeitos da mudança climática, com destaques para Dinamarca, Holanda, Suécia e Noruega.
Diante desses dados, um relatório apresentado ontem por pesquisadores do Global Carbon Project lançou uma mensagem alarmante: em 2017, as emissões de gases do efeito estufa voltaram a crescer 1,6%.