Chanceler descarta emprego das Forças Armadas na Venezuela
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou hoje (20) que o governo do Brasil não trabalha com a possibilidade de emprego das Forças Armadas na Venezuela. A hipótese de intervenção militar no país vizinho foi descartada, anteriormente, pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros.
“O Brasil tem capacidade de atuação sobretudo diplomática e política e nós vamos tentar usar ao máximo [esses instrumentos]”, disse o chanceler. A crise venezuelana atinge a economia, política e a área social. Para Araújo, “é preciso agir” no esforço de impedir o agravamento da situação, mas as medidas não foram definidas.
“Coincidimos [com os Estados Unidos] inteiramente no caráter inaceitável do que está acontecendo na Venezuela, em termos de tragédia humana, uma sociedade que está sendo esfacelada por um regime ditatorial”, afirmou o chanceler.
Araújo se referiu à permanência do presidente Nicolás Maduro no poder e nos impactos sobre a sociedade venezuelana da crise, provocando fome, desemprego e fuga de imigrantes.
“Não entramos em detalhes do que fazer frente a isso. Há uma convicção de que é preciso agir, de que é preciso não deixar que se volte a uma normalidade totalmente espúria na Venezuela. Os Estados Unidos têm capacidade de atuação através de sanções econômicas que ainda podem ser ampliadas”, disse Araújo em coletiva de imprensa.
Ontem (19), antes de retornar ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse em Washington ser favorável às negociações diplomáticas na tentativa de encerrar o impasse na Venezuela. Um grupo de aproximadamente 50 nações, incluindo o Brasil, apoia Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino.
No encontro com Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que todas as alterantivas estão sobre a mesa no que se refere à Venezuela.