Elogio de Trump reforça confiança em nosso governo, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (30) que o elogio do presidente norte-americano, Donald Trump, à indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixador do Brasil nos Estados Unidos demonstra confiança no governo. Para o presidente brasileiro, essa indicação vai fortalecer laços comerciais entre os dois países.
"Demonstra a confiança que ele [Trump] tem no governo e também a confiança que ele tem no meu filho, que é amigo de familIaires dele. Temos certeza que, caso o Senado aprove essa ida para lá, os nossos laços comerciais serão fortalecidos. O Senado vai decidir, tenho certeza que o Senado vai aprovar", disse Bolsonaro a jornalistas logo após participar da cerimônia de assinatura das novas normas de saúde e segurança no trabalho, no Palácio do Planalto.
Mais cedo, durante entrevista com jornalistas na Casa Branca, em Washington, Trump respondeu a uma pergunta de um jornalista da Globo News sobre a possível indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo.
"Eu conheço o filho dele, acho o filho dele excepcional. É um jovem homem brilhante e maravilhoso. Fico muito feliz que ele o tenha indicado. Acho que é uma ótima indicação. Conheço o filho dele e é provavelmente por isso que ele o indicou", disse o líder norte-americano.
Trump também foi questionado se considerava a indicação como nepotismo, por se tratar do filho do presidente brasileiro, mas ele refutou a tese e voltou a elogiar o deputado federal. O presidente dos EUA também demonstrou que desconhecia a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador, que ainda não foi formalizada.
"Não acho que seja nepotismo, porque o filho dele o ajudou muito na campanha. Acho que é uma grande indicação, eu não sabia disso", acrescentou.
Acordo de livre comércio
Donald Trump também falou da intenção de firmar um acordo de livre comércio entre Brasil e Estados Unidos. "O Brasil é um grande parceiro comercial. Eles nos cobram muitas tarifas, mas, fora isso, amamos a relação", disse norte-americano. Ele ainda classificou o presidente Jair Bolsonaro como "um homem maravilhoso" e elogiou a gestão do presidente brasileiro.
"Eu tenho uma ótima relação com o Brasil. Eu tenho uma relação fantástica com o seu presidente. Ele é um grande cavalheiro, ele esteve aqui. Eles dizem que ele é o Trump do Brasil, eu gosto disso, é um elogio. E a propósito, acho que ele está fazendo um grande trabalho. Ele é um homem maravilhoso com uma família maravilhosa", disse.
O presidente divulgou na noite desta terça-feira em seu Twitter pessoal a fala de Trump sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro, seu governo e sobre a intenção de firmar um acordo de livre comércio entre o Brasil e os Estados Unidos.
- Donald Trump, as relações comerciais com o Brasil e a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada americana. pic.twitter.com/DpsYIQv12R
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 31, 2019
Agrément
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou que o governo brasileiro enviou ao Estados Unidos um agrément (pedido diplomático) para que Eduardo Bolsonaro seja nomeado embaixador do Brasil em Washington. A medida é uma praxe na diplomacia. O governo norte-americano precisa aprovar previamente a indicação para que ela possa ser apresentada internamente.
Caso a sinalização positiva dos EUA se confirme, o presidente Jair Bolsonaro formalizará a indicação oficial, que precisa ser aprovada pelo Senado Federal. Uma sabatina com o indicado é realizada previamente pela Comissão de Relações Exteriores da Casa.
Caso seja aprovado para o cargo de embaixador, Eduardo Bolsonaro terá que renunciar ao mandato de deputado federal. Nas eleições do ano passado, ele foi o deputado federal mais votado da história do país, obtendo mais de 1,8 milhão de votos.
De acordo com o Artigo 56 da Constituição Federal, não há perda de mandato, por parte de deputado ou senador, se o parlamentar for investido como chefe de missão diplomática temporária, o que não seria o caso de embaixador, que é considerado cargo de missão diplomática permanente, segundo a própria Carta Magna.
No início do mês, o próprio Eduardo Bolsonaro admitiu a disposição de renunciar ao mandato parlamentar para assumir a missão de embaixador.