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Internacional

Em Dia da Independência da Venezuela, Maduro pede diálogo

Vivian Sequera, Mayela Armas e Luc Cohen, da Reuters
Publicado em 06/07/2019 - 10:24
Caracas
Apoiadores do líder da oposição venezuelana Juan Guaido, que muitos países reconheceram como legítimo governante interino do país, participam de uma manifestação contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela, em
© Reuters

Os grupos políticos profundamente divididos da Venezuela fizeram comemorações paralelas no Dia da Independência do país, nessa sexta-feira (5). O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu diálogo e o líder da oposição, Juan Guaidó, denunciou supostas violações de direitos humanos durante o que chama de "ditadura" de Maduro.

Em pronunciamento a várias das principais autoridades militares do país, Maduro reiterou apoio a um processo de negociação mediado pela Noruega entre o seu governo socialista e Guaidó, líder da Assembléia Nacional, controlada pela oposição, que alega que a reeleição de Maduro em 2018 foi uma fraude.

"Há espaço para todos nós dentro da Venezuela", disse Maduro em discurso em Caracas, antes de convocar exercícios militares em 24 de julho para defender os "mares, rios e fronteiras" do país sul-americano.

"Devemos todos abrir mão de algo a fim de alcançar um acordo", acrescentou.

A Venezuela entrou em profunda crise política em janeiro, quando Guaidó invocou a Constituição para se autodeclarar presidente interino, chamando Maduro de usurpador. Ele foi reconhecido como chefe de Estado legítimo por dezenas de países, incluindo os Estados Unidos (EUA), o Brasil e a maioria dos vizinhos sul-americanos.

Mas Maduro ainda detém o reconhecimento de Cuba, da Rússia e China, e mantém o controle de funções estatais e das Forças Armadas. Ele chama Guaidó de uma marionete apoiada pelos EUA que visa a tirá-lo do cargo em um golpe.

Guaidó promoveu um evento separado, convocando apoiadores para marchar em direção à sede do Diretório Militar de Contrainteligência, onde o capitão da Marinha Rafael Acosta morreu no mês passado, após líderes da oposição e familiares dizerem que ele foi torturado enquanto estava sob custódia.

A marcha é a primeira grande reunião da oposição, desde um levante fracassado liderado por Guaidó em 30 de abril e protestos subsequentes em 1º de maio. O governo respondeu à tentativa fracassada de tirar Maduro com repressão a parlamentares alinhados a Guaidó e militares suspeitos de envolvimento.