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Internacional

Capital do Chile amanhece sob estado de emergência após protestos

Atos contra alta de passagem do metrô terminou com incêndios e saques
Agência Brasil*
Publicada em 19/10/2019 - 11:09
 - Atualizada em 19/10/2019 - 15:15
Brasília
Capital do Chile amanhece sob estado de emergência após protestos REUTERS/Ramon Monroy NO RESALES. NO ARCHIVES
© REUTERS/Ramon Monroy/Direitos Reservados
Capital do Chile amanhece sob estado de emergência após protestos REUTERS/Ramon Monroy NO RESALES. NO ARCHIVES
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As províncias de Santiago, capital do Chile, e de Chacabuco, assim como as comunas de Ponte Alta e São Bernardo, amanheceram sob estado de emergência, decretado na madrugada de hoje (19) no fim da noite pelo presidente Sebastián Piñera. O Exército tomou o controle das ruas depois de um dia de violentos protestos contra a alta na passagem das tarifas de metrô.

Durante todo o dia de ontem (18), estudantes secundaristas promoveram protestos contra o aumento da passagem do metrô da capital chilena de 800 para 830 pesos. Inicialmente, as ações se concentraram em pular as catracas das estações e em bloquear vias públicas. No entanto, durante a noite, as manifestações se tornaram violentas, com incêndios em 19 estações de metrô, saques em supermercados e lojas e destruição de agências bancárias, em meio a panelaços pela cidade.

A escada externa de emergência do edifício central da companhia elétrica Enel, próximo ao Cerro Santa Lucía, um dos principais pontos turísticos da capital chilena, foi incendiada. O fogo foi controlado pelos bombeiros, mas as chamas chegaram até o 12º andar da escada de emergência e afetou escritórios da companhia no primeiro andar do prédio.

O Corpo de Bombeiros de Santiago confirmou que o incêndio no edifício da companhia elétrica foi intencional. No entanto, ainda não há provas de que o fogo tenha relação com os protestos.

No fim da noite, o presidente Sebastián Piñera interrompeu compromissos pessoais e voltou para o palácio presidencial de La Moneda, onde decretou o estado de emergência após se reunir com os ministros da Defesa, lberto Espina, e do Interior Andrés Chadwick. Designado para chefiar do estado de emergência, o general Javier Iturriaga descartou a possibilidade de decretar toque de recolher.

Capital do Chile amanhece sob estado de emergência após protestos. REUTERS/Edgard Garrido
Além de incêndios, foram registrados saques em lojas e supermercados  - Reuters/Edgard Garrido/Direitos Reservados

Hoje pela manhã, a capital chilena fazia as contas do estrago. Ao todo, 41 estações de metrô foram vandalizadas, incluindo as incendiadas. Foram registrados 156 policiais feridos e, até o momento, existem 11 ocorrências de civis feridos.

O prefeito da comuna de La Florida, Rodolfo Carter, informou hoje pela manhã que o estado de emergência deve ser suspenso na segunda (21) ou na terça-feira (22). Ele disse que a capital chilena foi cenário de um campo de batalha ontem à noite.

O metrô da capital chilena e da região metropolitana está fechado durante todo o fim de semana. A companhia alegou falta de segurança para os trabalhadores. Um maquinista chegou a ficar preso numa estação em chamas, mas conseguiu ser resgatado. Em contrapartida, a frota de ônibus foi reforçada.

Nesta tarde, estão sendo registrados protestos e panelaços em Santiago e em diversos pontos do Chile. A população protesta contra o aumento do custo de vida. Até o início da tarde deste sábado, as manifestações transcorrem de forma pacífica, sem incidentes.

* Com informações da TVN, televisão pública chilena. Matéria atualizada às 15h15 com informações sobre a rede de transportes em Santiago e sobre novos protestos