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Internacional

Chanceler visita África para dinamizar cooperação no Atlântico Sul

Objetivo é incentivar o comércio e os produtos de defesa
José Romildo - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/12/2019 - 13:30
Brasília
O ministro das Relações Exteriores; Ernesto Araújo; participa de audiência pública; na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados
© José Cruz/Agência Brasil

O chanceler Ernesto Araújo viaja neste domingo (8) para quatro países da África Ocidental, onde discutirá com autoridades locais a implementação de acordos nas áreas de segurança, defesa, comércio e investimentos. O chanceler visitará Cabo Verde, Senegal, Nigéria e Angola e deverá retornar ao Brasil em 13 de dezembro.

Segundo o secretário de Negociações Bilaterais do Itamaraty paras as áreas do Oriente Médio, Europa e África, embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, o chanceler pretende "reativar" a cooperação brasileira na área de defesa e segurança com países do Hemisfério Sul.

“O Brasil, nos últimos governos, relegou esse vetor da diplomacia brasileira, que é a segurança do Atlântico Sul. A ideia é reativar essa cooperação”, afirmou.

Entrevista coletiva do secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega
Embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega - Valter Campanato/Agência Brasil

Golfo da Guiné

De acordo com o embaixador Kenneth da Nóbrega, o ministro Ernesto Araújo deverá anunciar, durante a visita aos países africanos, que o Brasil “deseja ser membro pleno do chamado Grupo de Países Mais Amigos do Golfo da Guiné”. O objetivo é contribuir para aumentar a segurança da área marítima dos países que integram a região.

O Golfo da Guiné abrange 12 países (Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão Bioko, Ano Bom, São Tomé e Príncipe). A área marítima próxima a esses países, onde circulam mais de 95% dos navios que transportam os produtos de exportação brasileiros, está sujeita a constantes ataques de piratas e gangs que realizam assaltos a cargas de embarcações.

Conforme o embaixador Kenneth da Nóbrega, a Marinha considera os riscos embutidos na navegação do Golfo da Guiné uma das “maiores ameaças ao entorno estratégico brasileiro”. De acordo com o diplomata, outra razão para a crescente preocupação das autoridades brasileiras em relação à região é o avanço constante do jihadismo, chegando quase às costas da África ocidental. Jihadismo é uma expressão comumente usada para definir setores religiosos radicais que optam por realizar ataques a instituições, navios, trens e aviões.

Investimento e comércio

Segundo Kenneth da Nóbrega, outro viés da visita do ministro Ernesto Araújo à África Ocidental é promover o comércio entre o Brasil e Cabo Verde, Senegal, Nigéria e Angola. Durante sua permanência na Nigéria e em Angola, o ministro participará de atividades de duas missões comerciais brasileiras que estarão nesses países.

Comércio exterior

Durante os 11 primeiros meses de 2019, o Brasil exportou US$ 408 milhões para Angola e importou US$ 140 milhões, tendo superávit de US$ 267 milhões com esse país. Com Cabo Verde, as exportações brasileiras atingiram cerca de US$ 23 milhões e as importações ficaram inexpressivas. O superávit foi de US$ 22,7 milhões. Para a Nigéria, as exportações brasileiras chegaram a US$ 530 milhões, enquanto as importações atingiram US$ 907 milhões, o que resultou em déficit comercial de US$ 376 milhões. As exportações para o Senegal chegaram a US$ 121 milhões. O saldo foi de US$ 116 mihões.