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Internacional

Ministério Público da Bolívia expede mandado de prisão contra Morales

Ex-presidente está refugiado na Argentina desde o último dia 12
Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/12/2019 - 18:45
Montevidéu
Evo Morales (Arquivo/Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
© Arquivo/Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil
Bolivia's President Evo Morales speaks during a news conference at the presidential palace La Casa Grande del Pueblo in La Paz, Bolivia, October 24, 2019. Reuters/David Mercado/Proibida reprodução
© Reuters/David Mercado/Proibida reprodução

O Ministério Público da Bolívia emitiu nesta quarta-feira (18) mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales pelos crimes de terrorismo e rebelião. Morales, que no dia 10 de novembro asilou-se no México, após renunciar ao mandato presidencial, está refugiado na Argentina desde a última quinta-feira (12).

O mandado de prisão foi emitido pelo Ministério Público Especial Anticorrupção e poderá ser executado a qualquer momento, de acordo com informações da Agência Boliviana de Informação (ABI). O líder cocaleiro Faustino Yucra também é alvo da ação, pelos mesmos crimes.

No dia 22 de novembro, Arturo Murillo, atual ministro de Governo da Bolívia, apresentou uma denúncia ao Ministério Público após o vazamento de um vídeo em que Morales supostamente incita a violência e dá ordens a Faustino Yucra para que os bloqueios nas estradas persistissem em todo o país, impedindo a distribuição de alimentos e combustíveis.

No material apresentado por Murillo, o ex-presidente Evo Morales fala em derrotar o "golpe de Estado racista e fascista". No áudio, ouve-se esse apelo: "Irmãos, não deixem que entre comida nas cidades, vamos fazer um cerco às cidades (...) Agora estamos vivendo na ditadura, esta é a ditadura, alguns não entendem [o que é a ditadura], mas agora as pessoas vão ver o que é viver a ditadura com o golpe de Estado. Estou pensando, e quero que saibam que, se a Assembleia [Legislativa] amanhã ou depois rejeitar a minha renúncia, tentarei voltar, irmão. Mesmo que me prendam, lutaremos muito contra os racistas e fascistas."

O chefe da Divisão de Corrupção Pública da Força Especial de Combate ao Crime, Luís Fernando Guarachi, informa que o órgão tem coletado evidências e elementos que podem contribuir para a investigação de tais fatos. Ele diz ainda que uma propriedade de Morales foi objeto de busca e apreensão e que um computador pessoal e documentos foram coletados para perícia.