UTIs da França "cavam trincheiras" na guerra contra o coronavírus
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Emmanuelle Dubourg Davy, enfermeira de uma unidade de tratamento intensivo, sente que uma guerra foi declarada e sabe que seu hospital em Anger, cidade do oeste da França, será inundada em breve por pacientes de coronavírus gravemente doentes.
O hospital-escola armazenou aventais cirúrgicos, máscaras e gel antisséptico, e escalas foram reformuladas para aumentar as horas de trabalho.
Até agora, só três dos 24 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) estão ocupados por pacientes vítimas de coronavírus, mas poucos de seus colegas duvidam que uma onda está a caminho.
"Estamos em pé de guerra, como se estivéssemos cavando trincheiras", disse ela.
Em toda a Europa, a pandemia está submetendo os sistemas de saúde pública a um estresse inédito, já tendo colocado a rede hospitalar da Itália de joelhos e levado a da Espanha à beira do colapso.
Espiral de infecções
Agora que a espiral de infecções está subindo e as fatalidades disparando, a França é a próxima da fila, e o Reino Unido parece estar só alguns dias atrás.
Hoje, a França tem quase 20 mil casos confirmados de coronavírus e cerca de 860 mortes. Dois de cada cinco dos cinco mil leitos de UTI do país já estão ocupados por pacientes de coronavírus.
No leste francês, no entorno de Estrasburgo e Mulhouse, cenário do segundo maior surto depois da região de Paris, as UTIs já estão sobrecarregadas. O Exército está montando um hospital de campanha e transferindo pacientes para outras cidades.