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Internacional

ONU: interrupção de vacinas regulares põe milhões de crianças em risco

Falta de campanhas causaram surtos graves no Paquistão e Iêmen
* Kate Kelland - Repórter da Reuters
Publicado em 27/04/2021 - 08:35
Londres e Genebra
Crianças são imunizadas na tenda de vacinação instalada na Quinta da Boa Vista para a campanha contra a poliomielite e o sarampo, prorrogada até o dia 22/09 no estado do Rio de Janeiro.
© Fernando Frazão/Agência Brasil
Reuters

Milhões de crianças cujas imunizações regulares foram interrompidas pela pandemia de covid-19, especialmente na África, agora correm risco de contrair doenças potencialmente mortais, como sarampo, pólio, febre amarela e difteria, alertam agências de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU).

Omissões nas vacinações causaram surtos de sarampo graves no Paquistão e no Iêmen, disseram as agências, e provavelmente levarão a epidemias futuras à medida que mais vacinações infantis frequentes deixarem de ser administradas.

"Lacunas na cobertura de vacinações já estão tendo consequências graves no mundo real", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom, em entrevista coletiva virtual na qual também anunciou uma nova estratégia global de imunização.

A estratégia visa a reduzir de 20 milhões para 10 milhões o número das chamadas crianças "zero doses", aquelas que não foram vacinadas, entre outras medidas.

A diretora de Inoculações da OMS, Kate O'Brien, disse na mesma entrevista coletiva que essas medidas poderiam evitar até 50 milhões de mortes até 2030.

Na comparação com 2020, algum progresso foi feito na restauração das vacinações de rotina interrompidas pela pandemia, mas mais de um terço dos 135 países que participaram de uma pesquisa da OMS disseram ainda enfrentar dificuldades.

"Mesmo antes da pandemia, havia sinais preocupantes de que estávamos começando a perder terreno na luta contra doenças infantis evitáveis, já que 20 milhões de crianças já estão sem vacinações críticas", afirmou Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em comunicado conjunto com a OMS e a aliança de vacinas Gavi.

* Reportagem adicional de Emma Farge e Stephanie Nebehay