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Internacional

Israel e Hamas acertam trégua em Gaza

Egito será encarregado de monitorar
Nidal al-Mughrabi e Dan Williams - Repórteres da Reuters
Publicado em 20/05/2021 - 19:03
Gaza/Jerusalem
Região de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza
© Reuters/Ibraheem Abu Mustafa/direitos reservados

Israel e Hamas estabeleceram um acordo de cessar-fogo a partir das 2h de sexta-feira no horário local, afirmaram uma autoridade da facção islâmica palestina e a TV estatal egípcia, suspendendo o conflito mais feroz entre as duas partes em anos. 

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu gabinete de Segurança havia votado de maneira unânime a favor de um trégua "mútua e incondicional" em Gaza proposta pelo Egito, mas acrescentou que o horário da implementação do pacto ainda precisava ser acertado.

Minutos após o anúncio, já na contagem regressiva para o cessar-fogo, as duas partes ainda trocavam ataques. Sirenes alertavam sobre a vinda dos foguetes em comunidades de Israel na fronteira, e um repórter da Reuters escutou um ataque aéreo em Gaza. Não houve informações imediatas sobre vítimas. 

Em meio à crescente indignação global com o derramamento de sangue, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu na quarta-feira que Netanyahu buscasse uma maneira de desacelerar o conflito, enquanto Egito, Catar e a Organização das Nações Unidas arriscavam uma mediação. 

Uma autoridade do Hamas disse à Reuters que o cessar-fogo seria "mútuo e simultâneo".

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, enviou duas delegações de segurança para os territórios israelense e palestino para trabalhar em busca da suspensão do conflito, conforme reportou o canal estatal egípcio de televisão, que também confirmou o horário marcado para às 2 da manhã.

Os ataques de foguetes do Hamas e da aliada Jihad Islâmica foram retomadas após uma pausa de oito horas no início da quinta-feira, enquanto Israel diz que continua a bombardear Gaza com o intuito de destruir as capacidades militares dos grupos e impedir futuros combates após o atual conflito. 

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, disse no Twitter que a ofensiva de Gaza havia produzido "ganhos militares sem precedentes" 

Desde o início do conflito, no dia 10 de maio, autoridades de saúde de Gaza dizem que 232 palestinos, entre eles 65 crianças, foram mortos, e mais de 1.900 ficaram feridos em ataques aéreos. Israel diz ter matado pelo menos 160 combatentes em Gaza.

Autoridades colocam o número de mortos total em Israel em 12, com centenas de feridos sendo atendidos após ataques de foguetes que causaram pânico e fizeram pessoas correrem em busca de abrigos.

Na quinta-feira, Biden discutiu a questão com o presidente egípcio e a Casa Branca informou que as informações sobre a aproximação das partes em direção a um cessar-fogo eram "animadoras". 

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou que o enviado da ONU para o Oriente Médio Tor Wennesland está no Catar, acrescentando: "estamos ativamente engajados com todas as partes relevantes por um cessar-fogo imediato".