Número de mortos em protestos na Colômbia aumenta

ONU e União Europeia pedem calma

Publicado em 04/05/2021 - 20:20 Por Oliver Griffin e Luis Jaime Acosta – Repórteres da Reuters - Bogotá

A Organização das Nações Unidas e a União Europeia pediram calma nesta terça-feira (4) e alertaram sobre o uso de força excessiva em meio a novos protestos contra o governo do presidente colombiano, Iván Duque, enquanto autoridades locais de Cali, epicentro dos atos, informaram sobre mais 5 mortos e 33 feridos.

Os protestos – originalmente convocados em oposição a uma reforma tributária agora cancelada – se tornaram um amplo grito por ação contra a pobreza, e o que os manifestantes e alguns grupos de defesa dizem ser violência policial.

Há quase uma semana, a cidade de Cali, no oeste do país, foco dos protestos, é o local onde ocorreram 11 das 19 mortes confirmadas por Carlos Camargo, ombudsman de Direitos Humanos do país andino na segunda-feira.

A polícia nacional disse que investigará mais de duas dezenas de acusações de brutalidade, enquanto o ministro da Defesa alegou que grupos armados ilegais estão se infiltrando nos protestos para causar violência.

"Preliminarmente, o que sabemos é que cinco pessoas morreram (e ...) 33 ficaram feridas", disse a jornalistas, nesta terça-feira, o secretário de Segurança de Cali, Carlos Rojas, referindo-se à noite anterior.

De acordo com o ombudsman dos Direitos Humanos, cerca de 87 pessoas foram declaradas desaparecidas em todo o país desde o início dos protestos.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu calma e alertou sobre tiroteios policiais.

"Estamos profundamente alarmados com os acontecimentos durante a noite na cidade de Cali, na Colômbia, onde a polícia abriu fogo contra manifestantes que protestavam contra as reformas tributárias", disse hoje, em comunicado, a porta-voz Marta Hurtado.

A União Europeia também apelou às forças de segurança para evitar uma resposta pesada.

Os protestos causaram, até agora, a retirada da reforma original e a renúncia do ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla.

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