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Internacional

Rússia planeja invadir Ucrânia "nos próximos dias", alertam EUA

O assunto foi abordado hoje no Conselho de Segurança da ONU
Michelle Nichols e Humeyra Pamuk - Repórteres da Reuters*
Publicado em 17/02/2022 - 15:54
Nações Unidas
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York
© Reuters/Carlo Allegri/Direitos Reservados
Reuters

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, expressou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (17) as razões pelas quais os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode invadir a Ucrânia, alertando que Moscou se prepara para tomar ações militares "nos próximos dias".

Blinken acusa a Rússia de planejar a fabricação de um pretexto para um ataque à Ucrânia que poderia ser "um ataque falso, ou até real, com armas químicas", e disse: "A Rússia pode descrever esse evento como uma limpeza étnica ou um genocídio".

"O governo russo pode anunciar hoje, sem qualificação, equívoco ou deflexão, que a Rússia não irá invadir a Ucrânia. Pode declarar com clareza. Declarar com simplicidade para o mundo, e depois demonstrá-lo enviando tropas, tanques e aviões de volta para os quartéis e hangares, e mandar os diplomatas para a mesa de negociação", afirmou Blinken.

Blinken fez uma aparição em uma reunião do conselho de 15 membros sobre os acordos de Minsk, que buscam encerrar um conflito de 8 anos entre o Exército ucraniano e os separatistas no leste do país apoiados pela Rússia.

A reunião acontece em meio ao aumento de tensões, depois que os Estados Unidos acusaram a Rússia de destacar 150 mil tropas nas regiões de fronteira com a Ucrânia nas últimas semanas. A Rússia diz que não tem planos de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de histeria.

Blinken disse que as informações dos EUA indicam que as forças russas "se preparam para lançar um ataque contra a Ucrânia nos próximos dias". Ele disse que pediu uma reunião ao ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, na semana que vem na Europa.

Falando antes de Blinken, o vice-ministro russo de Relações Exteriores Sergei Vershinin fez um apelo aos membros do Conselho para que não transformassem a reunião "em um circo" apresentando "acusações sem base e dizendo que a Rússia iria supostamente atacar a Ucrânia".

"Eu acho que já tivemos especulações demais sobre isso", disse Vershinin. "Há muito tempo esclarecemos e explicamos tudo."

Uma autoridade de alto escalão do governo norte-americano avisou na quinta-feira que a Rússia poderia usar a reunião do Conselho de Segurança como uma iniciativa para "estabelecer um pretexto para uma potencial invasão", após a Rússia distribuir um documento aos membros do conselho alegando que crimes de guerra haviam sido cometidos no sudeste da Ucrânia.

A autoridade norte-americana rejeitou as acusações russas como "categoricamente falsas".

Em referência à população de etnia russa que vive no leste da Ucrânia, Vershinin disse que eles ainda "são apresentados como estrangeiros em seu próprio país", e que são alvo do Exército ucraniano. Ele disse a membros do conselho que ficariam "horrorizados" com o documento compartilhado pela Rússia com eles.

Mais cedo na quinta-feira, separatistas apoiados pela Rússia e forças do governo ucraniano trocaram acusações sobre disparos de artilharia na linha de cessar-fogo na região de Donbass, no leste da Ucrânia, no que Kiev classificou como uma "aparente provocação".

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