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Internacional

Ucrânia condena Moscou, que quer deixar civis fugirem para Rússia

Medida foi criticada por Kiev e considerada imoral
Reuters*
Publicado em 07/03/2022 - 10:30
Lviv/Kiev
Membros da comunidade judaica de Odessa fogem da invasão russa da Ucrânia
© REUTERS/Alexandros Avramidis/Direitos Reservados
Reuters

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (7) novos "corredores humanitários" para transportar ucranianos encurralados por seu bombardeio, mas eles poderiam ir apenas para a própria Rússia e para sua aliada Bielorrússia. A medida foi imediatamente criticada por Kiev como imoral.

O anúncio ocorre após dois dias de cessar-fogo fracassado para permitir que civis fugissem da cidade sitiada de Mariupol, onde centenas de milhares de pessoas estão presas sem comida e água, sob bombardeio implacável, e não é possível retirar feridos.

Os novos "corredores" seriam abertos às 10h, horário de Moscou (4h em Brasília), a partir da capital Kiev e das cidades de Kharkiv e Sumy, além de Mariupol, disse o Ministério da Defesa da Rússia.

De acordo com mapas publicados pela agência de notícias RIA, o corredor de Kiev levaria até a Bielorrússia, enquanto os civis de Kharkiv teriam permissão para ir apenas à Rússia. A Rússia também montaria uma ponte aérea para levar os ucranianos de Kiev para a Rússia, segundo o ministério.

"As tentativas do lado ucraniano de enganar a Rússia e todo o mundo civilizado são inúteis desta vez", disse o ministério.

Um porta-voz do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy chamou a medida de "completamente imoral" e afirmou que a Rússia está tentando "usar o sofrimento das pessoas para criar uma imagem de televisão".

"Eles são cidadãos da Ucrânia, deveriam ter o direito de ser retirados para o território da Ucrânia", afirmou o porta-voz à Reuters.

"Este é um dos problemas que estão causando o colapso dos corredores humanitários. Eles parecem concordar, mas eles mesmos querem fornecer ajuda humanitária para um filme na TV e querem que os corredores levem em sua direção."

A invasão da Rússia, condenada em todo o mundo, fez mais de 1,5 milhão de ucranianos fugirem para o exterior e desencadeou sanções abrangentes que isolaram a Rússia em um grau nunca antes experimentado.

A Rússia nega mirar civis deliberadamente. Chama a campanha, lançada em 24 de fevereiro, de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e remover líderes que chama de neonazistas. A Ucrânia e seus aliados ocidentais falam em pretexto transparente para a invasão e a conquista de uma nação de 44 milhões de pessoas.

Os preços do petróleo atingiram os níveis mais altos desde 2008 no mercado asiático, depois que o governo do presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, disse que estava avaliando a proibição de importações de petróleo russo. A Rússia fornece 7% da oferta global e, embora os EUA não sejam grande consumidor de petróleo russo, a proibição repercutiria nos mercados mundiais.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que as forças russas estão "começando a acumular recursos para o ataque a Kiev", uma cidade de mais de 3 milhões de habitantes, após dias de lento progresso em seu principal avanço ao sul da Bilerrússia. 

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