Presidente ucraniano diz que negociações de paz estão perto de colapso


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta sexta-feira (29) que há um grande risco de que as negociações de paz com a Rússia sejam encerradas, e parlamentares norte-americanos prometeram avançar rapidamente com um projeto para enviar até US$ 33 bilhões para ajudar Kiev a continuar resistindo ao ataque de Moscou.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse durante visita a Kiev na quinta-feira que havia discussões intensas em andamento para retirar civis da siderúrgica de Mariupol que está sob forte ataque da Rússia, como parte da sua ofensiva no sul e no leste da Ucrânia.
Um dos soldados presos na cidade, que é um grande objetivo da invasão da Rússia, disse à Reuters que os comentários de Guterres lhe deram esperança de que centenas de civis bloqueados na siderúrgica há semanas seriam retirados, após muitas tentativas sem sucesso.
O gabinete de Zelenskiy disse que havia uma operação planejada para remover os civis da siderúrgica na sexta-feira, mas não havia sinal de uma retirada quando a noite chegou. Ele depois expressou pessimismo pela perspectiva de continuar negociações de paz com a Rússia, culpando a raiva do público com o que ele disse ser atrocidades dos soldados russos.
“O povo (ucraniano) quer matá-los. Quando existe esse tipo de atitude, é difícil conversar sobre as coisas”, disse, segundo a agência Interfax, a jornalistas poloneses.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou Kiev de mudar sua posição por, segundo ele, ordens dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Zelenski elogiou a proposta de ajuda feita pelo presidente norte-americano, Joe Biden, na quinta-feira, que equivale a quase 10 vezes o auxílio que Washington enviou até agora desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Moscou diz que a guerra é uma "operação militar especial".
A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, disse que parlamentares esperam passar um pacote de auxílio de US$ 33 bilhões “assim que possível”.
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Após falhar em um ataque a Kiev no norte da Ucrânia mês passado, a Rússia agora está tentando tomar duas províncias no leste, conhecidas como Donbas.
Ao prometer dezenas de bilhões de dólares em auxílio à Ucrânia, Biden aumentou dramaticamente o envolvimento dos EUA no conflito.
Estados Unidos e seus aliados estão agora enviando armas pesadas, incluindo artilharia, com o objetivo, segundo Washington, de não apenas rechaçar o ataque da Rússia, mas enfraquecer as suas forças armadas para que ela não possa ameaçar seu vizinho de novamente.
O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou esta semana uma retaliação não especificada contra o Ocidente pelo envio de armas à Ucrânia, e o ministro das Relações Exteriores, Lavrov, alertou à ameaça de uma guerra nuclear. Lavrov afirmou nesta sexta-feira que a Rússia não considera estar em guerra com a Otan, um recuo em seus comentários anteriores.

