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Internacional

Deus não guia religiões para a guerra, diz papa no Cazaquistão

Ele falou no 7º Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais
Philip Pullella - Repórter da Reuters*
Publicado em 14/09/2022 - 12:57
Nursultan
Pope Francis visits Kazakhstan
© Reuters/Remo Casilli/direitos reservados
Reuters

 O papa Francisco disse hoje (14) que Deus não guia as religiões para a guerra. A afirmação é considerada uma crítica implícita ao patriarca ortodoxo russo Kirill, que apoia a invasão da Ucrânia e boicotou a conferência de líderes religiosos.

Em seu segundo dia no Cazaquistão, Francisco discursou no Sétimo Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais, encontro que reúne cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, hindus e outras religiões.

Kirill compareceria, mas desistiu.

A Igreja Ortodoxa Russa (ROC) enviou delegação chefiada por seu número dois, o metropolita (uma espécie de arcebispo) Anthony, que mais tarde se encontrou brevemente com o papa.

"Deus é paz. Ele nos guia sempre no caminho da paz, nunca no da guerra", disse Francisco, falando em enorme mesa redonda no Palácio da Independência, uma estrutura maciça e moderna feita de aço e vidro na capital da ex-república soviética.

"Vamos nos comprometer então, ainda mais, a insistir na necessidade de resolver os conflitos não pelos meios inconclusivos do poder, com armas e ameaças, mas pelo único meio abençoado pelo céu e digno do homem: encontro, diálogo e negociações pacientes", afirmou.

O papa, que neste ano disse que Kirill não poderia ser o "coroinha" do presidente russo, Vladimir Putin, declarou na conferência: "O sagrado nunca deve ser um suporte para o poder, nem o poder um suporte para o sagrado!"

Kirill deu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia, a qual o patriarca vê como baluarte contra um Ocidente que chama de decadente.

Mais tarde, Francisco citou a Ucrânia, ao final de uma missa para cerca de 6 mil membros da pequena comunidade católica do Cazaquistão, perguntando "quantas mortes ainda serão necessárias" antes que o conflito ceda ao diálogo.

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