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Internacional

Dois inspetores da Aiea permanecem em Zaporizhzhia

Quatro peritos deixaram hoje a usina
RTP*
Publicado em 05/09/2022 - 11:07
ZAPORIZHZHIA (Ucrânia)
Missão da AIEA visita usina nuclear de Zaporizhzhia
© Candano Laris/AIEA/Divulgação via REUTERS/Direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Quatro peritos da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que faziam visita à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, deixaram hoje (5) a unidade. Dois permanecem na central.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Exército russo, que controla Zaporizhzhia desde o início de março, de usar a central como arma nuclear, criando o maior perigo na Europa.

"Eles ocuparam a nossa central nuclear. A maior da Europa. Isso significa seis vezes Chernobyl", disse Zelensky, referindo-se ao acidente nuclear de 1986 na Ucrânia, em entrevista à rede norte-americana ABC News.

"[Isso] significa o maior perigo na Europa, significa que as forças russas usam armas nucleares", disse o chefe de Estado ucraniano.

Zelensky defendeu que "não deve haver equipamento militar no território. Não deve haver trabalhadores da central rodeados de pessoas com armas de fogo".

A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente há semanas, de ataques à central nuclear.

No domingo, a Rússia acusou a Ucrânia de ter tentado atacar, no sábado, com oito drones o território de Zaporizhzhia.

Também no domingo, o jornal online independente The Insider, especializado em jornalismo de investigação e análise política, com sede na cidade de Riga, na Letônia, publicou vídeo sobre os ataques russos que ocorreram na noite de 2 para 3 de setembro, a partir do território da central nuclear.

O vídeo mostra que a Rússia tem sistemas de lançamento de mísseis localizados em vários pontos nas proximidades da usina.

Na sexta-feira, o Estado-Maior da Ucrânia informou que a Rússia retirou todos os equipamentos militares da central, antes da inspeção dos peritos da Aiea.

Zelensky disse à ABC News que não está considerando um fechamento controlado da central para evitar fugas de radiação, devido à dependência do país dessa infraestrutura energética, especialmente durante o inverno.

"Sei que os russos gostariam que os reatores fossem desligados da rede ucraniana para ligá-los à rede russa, mas não concordamos com essa ideia", afirmou o chefe de Estado.

A central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças russas, "perdeu novamente a ligação" com a rede elétrica, anunciou no sábado, em comunicado, a Aiea, cujos especialistas estão no local.

A última linha ainda em operação foi danificada, explicou a agência, lembrando que as outras três haviam sido "perdidas anteriormente durante o conflito".

Em 25 de agosto, a central foi totalmente desconectada da rede ucraniana pela primeira vez.

A AFP diz que a situação em Zaporizhzia preocupa muitos líderes internacionais, considerando que a área tem sido alvo de vários bombardeios, aumentando o temor de um desastre nuclear.

Na quinta-feira, depois de uma inspeção às instalações, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica disse que a "integridade física" da fábrica tinha sido "violada em várias ocasiões", acrescentando que isso não pode continuar a ocorrer".

Rafael Grossi não citou nomes dos responsáveis pela situação.

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