Morre, aos 91 anos, o cineasta Jean-Luc Godard
O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard - pioneiro do movimento Nouvelle vague - morreu hoje (13), aos 91 anos. Ele foi um dos principais nomes do cinema desde a estreia em longas-metragens com O Acossado, em 1960.
Parte fundamental da Nouvelle vague francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir dos anos 50, Godard tem longa carreira premiada, que vai desde o galardão de melhor realizador, em Berlim, por O Acossado, até um oscar honorário, entregue em 2010 em uma cerimônia à qual não compareceu.
Autor de obras influentes sobre várias gerações de realizadores como O Desprezo (1963), com Brigitte Bardot, Bando à Parte (1964), Pedro, o Louco (1965) ou os mais recentes Filme Socialismo (2010) e Adeus à Linguagem (2014), Jean-Luc Godard ficou conhecido "pelo seu estilo de filmar iconoclasta, aparentemente improvisado, bem como pelo seu inflexível radicalismo", como recorda o jornal The Guardian no obituário do cineasta.
Os filmes de Godard ficaram conhecidos por romper convenções estabelecidas do cinema francês, em 1960, e ajudaram a iniciar nova maneira de fazer cinema, com trabalho de câmara portátil, cortes de salto e diálogo existencial.
Nascido em Paris em 1930, Godard cresceu e estudou em Nyon, na Suíça. Regressou a Paris com 19 anos, em 1949, onde desenvolveu o seu interesse pelo cinema.
"Devemos muito a Godard", escreveu o ex-ministro francês da Cultura Jack Lang Lang, em comunicado citado pela Reuters. "Ele encheu o cinema de poesia e filosofia. O seu olhar aguçado e único fez-nos ver o imperceptível", acrescentou.
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