Suécia descobre novo vazamento em gasodutos russos
A Guarda Costeira sueca confirmou nesta quinta-feira (29) que encontrou novo vazamento de gás no Nord Stream 2, no Mar Báltico. Até o momento foram encontrados, nesta semana, quatro vazamentos nos dois gasodutos submarinos russos, Nord Stream 1 e 2. Entretanto, as autoridades de segurança europeias informam que foram detectados navios da Marinha russa nos locais onde ocorreram os escapes de gás. A Ucrânia apela à comunidade internacional para que classifique a Rússia como “Estado terrorista”.
De acordo com as autoridades suecas, há “dois vazamentos do lado sueco e dois do lado dinamarquês”. Nessa quarta-feira (28), as autoridades tinham confirmado três, que estão causando agitação marítima, o que impossibilita inspeção à infraestrutura.
O quarto vazamento de gás é de menor dimensão e está “próximo” do primeiro, encontrada no lado sueco, diz a Guarda Costeira.
Sismólogos relataram explosões debaixo da água antes dos vazamentos. “Não há dúvida de que foram explosões”, disse Bjorn Lund, do Centro Nacional de Sismologia da Suécia.
Vários países e organizações, incluindo a Suécia, Dinamarca, Alemanha, União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) consideram que os escapes no Nord Stream foram causados por “ato intencional” e de “sabotagem”.
Na terça-feira (27), a União Europeia prometeu uma resposta, “a mais forte possível”, após as intervenções que motivaram os vazamentos de gás.
“Agora é primordial investigar os incidentes, obter total clareza sobre os eventos. Qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia ativa é inaceitável e levará à resposta mais forte possível", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem acusar diretamente a Rússia.
Troca de acusações
As autoridades ocidentais acreditam que o presidente russo tenta assustar os países europeus com a subida de preços da energia, à medida que o inverno se aproxima. O objetivo seria, dessa forma, desmobilizar o apoio concedido à Ucrânia na guerra.
Para Moscou, tratam-se de acusações “sem sentido e absurdas”. O país abriu investigação para apurar o que considera “ato de terrorismo internacional”. As autoridades russas afirmam que o país “sofreu grave prejuízo econômico com esses atos”.
“Apontam sempre o dedo para a Rússia, mas acho que, como se trata de propriedade russa, não seria muito lógico que o país lhe infligisse danos. Existem outras formas de dificultar a vida dos europeus. Podem simplesmente interromper o abastecimento de gás sem danificar a infraestrutura”, argumentou Andrei Kortunov, do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, em declarações à BBC.
O Kremlin convocou reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para esta sexta-feira (30), com o objetivo de discutir o que vê como ato de “sabotagem”. O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros alegou que os escapes de gás na infraestrutura do Nord Stream ocorreram em áreas controladas pelos serviços de inteligência norte-americanos.
Autoridades de segurança europeias disseram que foram observados navios da Marinha russa próximos aos locais onde ocorreram os vazamentos. Também foi registrada a presença de submarinos russos nessas áreas na semana passada.
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