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Internacional

No Barein, papa condena rearmamento que leva mundo ao "precipício"

Trata-se da primeira visita de um pontífice ao país do Golfo Pérsico
Philip Pullella – Repórter da Reuters*
Publicado em 04/11/2022 - 12:26
Awali
Papa Francisco no Barein
© YARA NARDI Direitos Reservados

O papa Francisco apelou nesta sexta-feira (4) a líderes religiosos para ajudar a trazer o mundo de volta da “beira de um precipício delicado” e manifestar oposição a uma nova corrida de rearmamento, que o pontífice disse estar redesenhando as esferas de influência da era da Guerra Fria.

Francisco discursou em seu primeiro dia no Barein no encerramento de um fórum sobre o diálogo Leste-Oeste, promovido pelo rei do país do Golfo, onde os cristãos podem praticar sua fé publicamente nas igrejas.

A visita segue a política do papa de melhorar os laços com o mundo islâmico após uma visita histórica a Abu Dhabi em 2019 – a primeira de um pontífice à Península Arábica. Ele já visitou cerca de dez países predominantemente muçulmanos, desde sua eleição em 2013.

Francisco, que sofre de um problema no joelho que o obriga a se locomover em cadeira de rodas e com auxílio de bengala, teceu seu discurso em torno do papel das religiões na promoção da paz, desarmamento e justiça social.

"Depois de duas terríveis guerras mundiais, uma guerra fria que por décadas manteve o mundo em suspense, conflitos catastróficos ocorrendo em todas as partes do globo e em meio a acusações, ameaças e condenações, continuamos à beira de um precipício delicado e não queremos cair", disse ele em um reluzente pátio de mármore do palácio real.

Aparentemente referindo-se à Ucrânia, Francisco condenou uma situação em que "alguns potentados são apanhados em uma luta resoluta por interesses partidários, revivendo a retórica obsoleta, redesenhando esferas de influência e blocos opostos".

Francisco, que apoia a proibição total de armas nucleares e muitas vezes condenou o comércio global de armas, disse que os líderes religiosos não podem apoiar guerras, em aparente referência ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, que apoiou entusiasticamente a invasão da Ucrânia pela Rússia e que o papa já havia criticado implicitamente antes.

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