Cúpula da ONU traz projeto de acordo global de proteção da natureza

Proposta moldará decisões sobre a conservação de lugares e espécies

Publicado em 18/12/2022 - 15:29 Por Gloria Dickie e Isla Binnie - Montreal

Com as negociações da ONU sobre um novo acordo global para proteger a natureza nos últimos dois dias, a China divulgou neste domingo uma proposta de texto que moldará qualquer acordo sobre a conservação de lugares e espécies selvagens do mundo.

A presidência da cúpula de Montreal é exercida pela China, responsável por divulgar a minuta do texto, com base nas duas últimas semanas de negociações.

Ministros de quase 200 governos agora precisam definir os detalhes até segunda-feira. Os formuladores de políticas esperam que isso forneça estrutura para conservar a natureza até 2030, semelhante à que começou com um pacto internacional para limitar as emissões de carbono que aquecem o planeta em Paris, em 2015.

O texto, com 23 metas, reflete o consenso sobre a proteção de 30% das áreas terrestres e costeiras e marinhas até 2030, uma meta informalmente conhecida como 30 por 30.

Mas ela não contém uma meta global e faz menção limitada ao oceano, o que pode deixar as águas internacionais desprotegidas.

A mobilização financeira continua sendo outro ponto crítico nas negociações, e o rascunho propõe a alocação de 200 bilhões de dólares por ano para iniciativas de conservação, meta crítica para a implementação bem-sucedida de qualquer acordo.

Os países em desenvolvimento pressionavam para que metade desse valor passe dos países ricos para os mais pobres.

Ele também observa que o dinheiro pode vir voluntariamente de qualquer país - um aceno ao desejo das nações desenvolvidas de que países com grandes economias, como China e Brasil, também contribuam com fundos.

Um dos maiores pontos de discórdia foi se um novo fundo deve ser estabelecido para esse dinheiro. Na quarta-feira, negociadores de países em desenvolvimento abandonaram uma reunião de financiamento em protesto.

O texto não especifica se os subsídios nocivos devem ser eliminados, eliminados gradualmente ou reformados, mas sugere que devem ser reduzidos em pelo menos 500 bilhões de dólares por ano até o final da década.

O texto não aborda a redução do uso de pesticidas, mas diz que os riscos deles e de outros produtos químicos altamente perigosos devem ser reduzidos ao menos pela metade.

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