Talibã diz que ONGs têm que proibir mulheres de ir ao trabalho
O governo afegão do Talibã ordenou neste sábado (24) que todas as organizações não governamentais (ONGs) locais e estrangeiras impeçam as funcionárias de irem trabalhar, de acordo com uma carta do Ministério da Economia.
A carta, confirmada pelo porta-voz do Ministério da Economia, Abdulrahman Habib, disse que as funcionárias não estão autorizadas a trabalhar até novo aviso porque algumas não aderiram à interpretação do governo sobre o código de vestimenta islâmico para mulheres.
Isso ocorre dias depois que o governo comandado pelo Taliban ordenou que as universidades impeçam o acesso de mulheres, provocando forte condenação global e gerando protestos e críticas pesadas no Afeganistão.
Não ficou imediatamente claro como a ordem afeta as agências das Nações Unidas, que têm uma grande presença no Afeganistão e prestam serviços em meio à crise humanitária do país desde que o Taliban tomou o poder após a retirada de forças dos EUA do país.
Quando perguntado se as regras incluem agências da ONU, Habib disse que a carta se aplica a organizações sob o órgão de coordenação de entidades humanitárias do Afeganistão, conhecido como ACBAR. Esse órgão não inclui as Nações Unidas, mas inclui mais de 180 ONGs locais e internacionais.
No entanto, as Nações Unidas frequentemente contratam ONGs registradas no Afeganistão para realizar trabalho humanitário. As entidades afirmam que as funcionárias são essenciais para garantir que as mulheres do Afeganistão tenham acesso à ajuda.
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