Banco central suíço empresta 50,7 bilhões de euros ao Credit Suisse
O Banco Nacional da Suíça se prepara para emprestar até 50 bilhões de francos suíços, o equivalente a 50,7 bilhões de euros, ao Credit Suisse. O empréstimo foi anunciado nas últimas horas pela instituição financeira, que viveu um dia de crise na bolsa, perdendo um quarto do valor.
O segundo maior banco do país também anunciou uma série de operações para reaquisição de dívida, no valor de cerca de 3 bilhões de francos suíços, ou 3,04 bilhões de euros.
"As medidas são um movimento decisivo para fortalecer o Credit Suisse, enquanto continuamos a transformação estratégica para criar valor para os nossos clientes e outras partes interessadas", afirma o CEO do banco, Ulrich Koerner, citado em comunicado.
A notícia do empréstimo de curto prazo é conhecida horas depois de o Banco Nacional da Suíça e o supervisor financeiro do país - Finma - terem garantido liquidez ao Credit Suisse, em caso de necessidade, diante do que é considerado o pior momento do banco em 167 anos. Desde a semana passada, o Credit Suisse perdeu cerca de 30% do valor na bolsa de Zurique. A instituição vive uma crise interna desde 2019, que se agravou agora com o abalo causado pelo colapso do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos.
As ações do Credit Suisse desvalorizaram-se nessa quarta-feira (15) para um patamar abaixo de dois francos suíços, ou 2,03 euros.
As bolsas europeias sofreram, em consequência, fortes quedas por causa das dificuldades da instituição.
O Banco Nacional da Suíça e a Finma enfatizaram que "a atual turbulência no mercado bancário não sugere que haja risco de contágio direto para os estabelecimentos suíços".
O Departamento do Tesouro norte-americano informou que está monitorando a situação e em contato com representantes internacionais". Na França, a primeira-ministra, Elisabeth Borne, pediu às autoridades resposta às dificuldades do Credit Suisse.
Em 2021, as perdas da instituição foram de 1,57 bilhão de francos suíços (1,6 bilhão de euros). No ano passado, quase quintuplicaram para 7,29 bilhões de francos (7,4 bilhões de euros). O banco registrou, por outro lado, levantamentos de liquidez da ordem de 123,2 bilhões de francos suíços (126 bilhões de euros). Um plano de reestruturação lançado em outubro incluiu um reforço de capital equivalente a 4,09 bilhões de euros.
Com o aumento de capital concretizado no outono, o Banco Nacional Saudita tornou-se o maior acionista do Credit Suisse. Para isso, investiu 1,5 bilhão de francos suíços (1,53 bilhão de euros).
O presidente do Banco Nacional da Arábia Saudita, Ammar al Khudairy, deixou claro, também na quarta-feira, que a instituição não pretende incrementar o investimento. A afirmação potencializou ainda mais a queda das ações em bolsa.
Depois do anúncio do empréstimo do Banco Central, as ações do Credit Suisse estavam, na manhã desta quinta-feira, em recuperação.
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