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Internacional

Guterres exige que países cumpram promessas contra crise climática

Apelo foi feito na Cúpula do Clima da África, em Nairobi
RTP*
Publicado em 05/09/2023 - 09:19
Nairobi
Antonio Guterres UN Secretary-General Guterres in Vienna
© REUTERS/Lisa Leutner/Direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, exigiu nesta terça-feira (5), na Cúpula do Clima da África, que ocorre em Nairobi, no Quênia, que os países desenvolvidos cumpram as suas promessas no combate à crise climática, que atinge desproporcionalmente o continente.

"Esse continente é responsável por apenas 4% das emissões globais, mas sofre alguns dos piores efeitos do aumento das temperaturas: calor extremo, inundações implacáveis e dezenas de milhares de mortes devido a secas devastadoras", afirmou Guterres em discurso na abertura do segundo dia do encontro, promovido pelo governo queniano e pela União Africana (UA).

O secretário da ONU afirmou que, mesmo assim, "ainda é possível evitar os piores efeitos" da crise climática, embora seja necessário um "salto qualitativo" na "ação climática" e mais "ambição", especialmente por parte dos países desenvolvidos, que devem reduzir suas "emissões líquidas para perto de zero" até 2040.

Os países desenvolvidos devem também "cumprir a promessa" de destinar US$ 100 bilhões por ano aos países em desenvolvimento, o que permitirá às nações africanas garantir o acesso a sistemas de eletricidade verde a preços acessíveis e criar sistemas de alerta precoce para fenômenos meteorológicos extremos.

Guterres apelou igualmente à "correção do rumo do sistema financeiro global", garantindo um "mecanismo eficaz de alívio da dívida" a taxas acessíveis.

"O sistema financeiro mundial tem de ser um aliado dos países em desenvolvimento na condução de uma transição ecológica justa e equitativa que não deixe ninguém para trás", acrescentou, antes de destacar o potencial de África para se tornar "um líder mundial em energias renováveis".

"A África tem 30% das reservas minerais essenciais para as tecnologias renováveis e de baixo carbono, como a energia solar, os veículos elétricos e as baterias", lembrou.

A abertura do segundo dia da cúpula, que vai até esta quarta-feira (6), contou ainda com a presença do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahammat, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do presidente do Quênia, William Ruto, do presidente das Comores e chefe rotativo da UA, Azali Assoumani, e do primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly.

No final do encontro, de que participam mais de 20 chefes de Estado e de Governo africanos, bem como líderes de organizações internacionais, deverá ser divulgada a "Declaração de Nairobi", que procura articular uma posição africana comum a ser levada a diferentes fóruns mundiais.

Os líderes africanos querem construir uma perspectiva unificada que defenderão na Cúpula do clima (COP28) em Dubai, prevista para o fim do ano, na assembleia-geral da ONU e junto do G20 ou instituições financeiras internacionais.

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