Milhares de britânicos se manifestam em Londres pela reintegração à UE
Milhares de pessoas se manifestaram, neste sábado (23) em Londres, pela reintegração do Reino Unido na União Europeia. A expectativa é de que o movimento aumente a pressão aos partidos políticos para reverter o Brexit.
A chamada Marcha Nacional pela Reintegração partiu do Hyde Park, passou pelas ruas do centro de Londres e terminou em um comício em Westminster Square, a praça em frente ao edifício do parlamento britânico.
"Vamos fazer uma manifestação todos os anos até voltarmos à UE. Muitas pessoas que votaram a favor do Brexit, como os agricultores e pescadores, arrependeram-se e acredito que este movimento vai continuar a crescer", afirmou à Agência Lusa a co-fundadora da March for Rejoin, Lee Rudd.
Um dos oradores, o eurodeputado belga Guy Verhofstadt, justificou sua presença com a necessidade de "dar um sinal de que a Europa está à espera do Reino Unido", negando cansaço em Bruxelas com os britânicos.
O antigo primeiro-ministro belga admitiu à Lusa que a opinião pública britânica sobre a UE ainda "é volátil", mas acredita que "existe um sentimento grande de que o Brexit não funcionou".
Uma sondagem da empresa We Think estimou que 62% dos britânicos votariam a favor da reintegração à UE, contra 38% que prefeririam continuar fora. Outras sondagens, no entanto, apontam para uma diferença menor entre os dois campos.
Eric, um jovem manifestante com a cara totalmente pintada de azul e decorada com estrelas amarelas, afirmou à Lusa que as manifestações são importantes para "passar a mensagem aos políticos".
O amigo James está consciente de que "vai demorar" até o Reino Unido voltar a aderir, de forma plena, à UE, mas acredita que progressivamente haja uma aproximação ao longo dos anos.
"Aderimos aos programas Horizonte e Copernicus há pouco tempo e a certa altura será o programa Erasmus e a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio). Vai ser gradual até ser lógico voltar a ser membro", prognosticou.
Referendo
A saída do Reino Unido da UE foi decidida por 52% dos eleitores em um referendo em 2016 e formalizada em 31 de janeiro de 2020.
A manifestação pró-UE foi aproveitada por grupos de algumas dezenas de pessoas para passar outro tipo de mensagens, como críticas à taxa sobre os carros mais poluentes em Londres (ULEZ), às vacinas e à anunciada proibição de cães American bully XL.
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