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Internacional

COP28 tem polêmica sobre eliminação gradual de combustíveis fósseis

Acordo para eliminar uso de petróleo e gás em 30 anos não tem consenso
Kate Abnett, Valerie Volcovici e Yousef Saba - Repórteres da Reuters*
Publicado em 09/12/2023 - 13:19
Dubai
Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – COP28. – Meio Ambiente; mudanças climáticas; poluição do ar; fumaça fábricas; chaminés; CO2. Foto: Ralf Vetterle/Pixabay
© Ralf Vetterle/Pixabay
Reuters

Países entraram em conflito neste sábado (9) em relação a um acordo proposto para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis,na conferência da ONU sobre clima, a COP28, em Dubai. Com isso, ficaram prejudicadas as tentativas de se chegar a um compromisso inédito de acabar com o uso de petróleo e gás em 30 anos de debates sobre o aquecimento global.

Observadores das negociações disseram que a Arábia Saudita e a Rússia estavam entre os vários países que insistiam para que a conferência em Dubai se concentrasse apenas na redução da poluição climática - e não em ter como alvo os combustíveis fósseis que são os causadores.

Por outro lado, pelo menos 80 países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e muitas nações pobres e vulneráveis ao clima, estão exigindo que o acordo da COP28 determine claramente o fim do uso de combustíveis fósseis.

"Precisamos de abordagens realistas para lidar com as emissões", disse o secretário-geral da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais, em comentários lidos por um funcionário. "Uma abordagem que permita o crescimento econômico, ajude a erradicar a pobreza e aumente a resiliência ao mesmo tempo."

No início desta semana, o grupo de produtores de petróleo enviou uma carta pedindo aos seus membros e aliados que rejeitassem qualquer menção aos combustíveis fósseis no acordo final da cúpula, alertando que "a pressão indevida e desproporcional contra os combustíveis fósseis pode chegar a um ponto crítico".

Foi a primeira vez que o secretariado da Opep interveio nas negociações climáticas da ONU com uma carta desse tipo, de acordo com Alden Meyer, do think-tank E3G (grupo europeu independente que estuda mudanças climáticas).

"Isso indica sensação de pânico", disse ele.

A Arábia Saudita é o maior produtor da Opep e líder de fato da organização, enquanto a Rússia é membro do chamado grupo Opep+.

Ao insistir em focar nas emissões em vez de nos combustíveis fósseis, os dois países pareciam estar se apoiando na promessa de uma tecnologia cara de captura de carbono, que, segundo o painel de ciência climática da ONU, não pode substituir a redução do uso de combustíveis fósseis no mundo.

Outros países, incluindo a Índia e a China, não endossaram explicitamente a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis na COP28, mas apoiaram um apelo popular para o aumento da energia renovável.

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