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Internacional

EUA e aliados atacam houthis e dizem que querem desanuviar tensões

Objetivo, segundo eles, é retomar estabilidade no Mar Vermelho
Lusa*
Publicado em 12/01/2024 - 07:28
Sanaa (Iêmen)
Brasília (DF) 12/01/2024 - EUA e aliados atacam houthis e dizem que querem desanuviar tensões
Objetivo, segundo eles, é retomar estabilidade no Mar Vermelho
Frame Reuters/UK MINISTRY OF DEFENCE
© Reuters/UK MINISTRY OF DEFENCE
Lusa

Os Estados Unidos, o Reino Unido e oito países aliados afirmam, em declaração conjunta, que pretendem desanuviar tensões e retomar a estabilidade no Mar Vermelho, após ataques contra o grupo rebelde houthis, do Iêmen.

"As ações demonstram compromisso comum com a liberdade de navegação, o comércio internacional e a defesa da vida dos marinheiros face a ataques ilegais e injustificáveis", afirmaram os governos dos dez países (Austrália, Bahrein, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos).

"O nosso objetivo continua a ser o desanuviamento das tensões e o restabelecimento da estabilidade no Mar Vermelho, mas que a nossa mensagem seja clara: não hesitaremos em defender vidas e assegurar o livre fluxo do comércio numa das vias navegáveis mais importantes do mundo face a ameaças persistentes", acrescentou o comunicado.

Nessa quinta-feira (11) à noite, os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram bombardeios aéreos contra os rebeldes houthis no Iêmen, apoiados pelo Irã.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro do ano passado, os houthis intensificaram os ataques contra a navegação internacional no Mar Vermelho, em "solidariedade" aos palestinos de Gaza.

A Rússia condenou os ataques norte-americanos e britânicos, afirmando que se trata de uma "escalada" e de serem "destrutivos". A República Popular da China manifestou preocupação com o aumento das tensões no Mar Vermelho.

China manifesta preocupação

A China disse hoje que está preocupada" com a escalada das tensões no mar Vermelho, após os ataques aéreos feitos durante a noite pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen.

"A China está preocupada com a escalada das tensões no Mar Vermelho", declarou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, instando "as partes envolvidas a manterem a calma e a exercerem contenção, a fim de evitar que o conflito se alastre".

Os militares dos EUA e do Reino Unido bombardearam nessa quinta-feira mais de uma dúzia de locais usados pelos houthis, usando jatos de combate e mísseis Tomahawk lançados por navios de guerra e submarinos.

Os ataques aéreos atingiram a capital do Iêmen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irã, como Hodeida e Saada, informou o canal de televisão Houthi Al-Massirah.

Houthis

Um porta-voz dos rebeldes garantiu que os houthis vão continuar a atacar navios ligados a Israel no mar Vermelho, acusando os EUA e Reino Unido de lançarem ataques injustificados.

"Não há justificativa para essa agressão contra o Iêmen, uma vez que não houve ameaça à navegação internacional no Mar Vermelho", disse Mohamed Abdel Salam.

Em mensagem na rede social X, o dirigente afirmou que "os alvos foram e continuarão a ser navios israelenses ou aqueles que se dirijam para os portos da Palestina ocupada".

Desde 19 de novembro, os houthis lançaram 27 ataques com drones e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios ligados a Israel.

Rússia

A Rússia disse hoje que os ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os rebeldes houthis no Iêmen, em retaliação pelas ofensivas contra navios no Mar Vermelho, distorcem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo observou que os bombardeios "são novo exemplo da distorção das resoluções do Conselho de Segurança da ONU por parte dos anglo-saxões e do seu total desrespeito pelo direito internacional".

Em mensagem no Telegram, Maria Zajarova acusou Washington e Londres de realizar ataques "em nome de uma escalada na região para alcançar os seus objetivos destrutivos".

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