Inteligência de Israel deve retomar negociação de cessar-fogo em Gaza
O chefe da inteligência israelense (Mossad) deve conduzir as negociações de cessar-fogo com mediadores que serão retomadas no Catar neste domingo (17), em uma resposta direta à nova proposta do Hamas, disse uma fonte próxima às negociações à Reuters no sábado.
As conversas entre o chefe do Mossad, David Barnea, o primeiro-ministro do Catar e as autoridades egípcias vão focar nas lacunas que permanecem entre Israel e o Hamas, como a libertação de prisioneiros e a ajuda humanitária, disse a fonte.
Israel disse na sexta-feira (15) que enviaria uma delegação à Doha, mas não especificou quando e nem quem participaria. Era esperado que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocasse o gabinete de segurança antes das negociações.
As autoridades israelenses não estavam disponíveis para comentar o assunto no sábado devido ao Jewish Sabbath, período sagrado de descanso.
Barnea já se envolveu em outras iniciativas de acordos importantes. Uma trégua de curta duração em novembro foi acordada e entrou em vigor após a sua participação nas conversações em Doha. Uma última reunião de Barnea com o primeiro-ministro do Catar, em janeiro, levou a uma proposta de cessar-fogo temporário, rejeitada pelo Hamas.
O Hamas apresentou esta semana uma nova proposta de cessar-fogo aos mediadores e aos Estados Unidos, aliado de Israel, que inclui a libertação de reféns israelenses em troca da liberdade dos prisioneiros palestinos.
Repetidos esforços para se chegar a um acordo em torno de um cessar-fogo e trocar reféns por prisioneiros fracassaram este ano, apesar da crescente pressão internacional sobre o custo humano do ataque terrestre e aéreo de Israel em Gaza.
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas enviou combatentes a Israel, matando 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fazendo 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.
A campanha militar de Israel já matou mais de 31,5 mil palestinos, cerca de 70% deles mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo Hamas.