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Internacional

Gaza: descoberta vala comum com 180 corpos no hospital de Khan Younis

Corpos são de mulheres idosas, crianças e homens jovens
Mariana Ribeiro Soares - Repórter da RTP*
Publicada em 21/04/2024 - 14:30
Gaza
Um palestino caminha pelos destroços de uma casa destruída em ataques israelenses no meio do conflito com Israel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2023. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa.
© REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Equipes médicas e de resgate recuperaram, neste domingo (21), 180 corpos de uma vala comum dentro do complexo médico Naser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Enquanto isso, os ataques israelenses no enclave continuam, inclusive na cidade de Rafah, onde 22 pessoas morreram durante os ataques noturnos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu “aumentar a pressão militar” sobre o Hamas “nos próximos dias”.

“No pátio do hospital, membros da Defesa Civil e paramédicos recuperaram 180 corpos enterrados em vala comum pelos militares israelenses. Os corpos incluem mulheres idosas, crianças e homens jovens”, disse Hani Mahmoud, jornalista da Al Jazeera que está em Khan Younis.

“Foram executados a sangue frio e enterrados com rolos compressores militares”, disse o grupo Hamas, que criticou os Estados Unidos pelo “apoio militar e político ilimitado” ao governo israelense.

Alguns dos corpos encontrados “estavam despidos, o que indica que foram presos, torturados e submetidos a maus-tratos pelo Exército de ocupação israelense”, disse o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, citado pela AFP.

Em comunicado no fim desse sábado, os serviços de emergência palestinos adiantaram que as equipes vão continuar com as operações de busca e recuperação dos corpos nos próximos dias, “pois ainda há um número significativo deles”.

A descoberta da vala comum ocorre no momento em que muitos palestinos regressam a Khan Younis, depois de os militares israelenses terem retirado as tropas da cidade, em 7 de abril.

Grande parte da cidade está agora em ruínas, depois de ficar quatro meses sob cerco israelense.

Naser e Al-Shifa, os dois maiores hospitais da Faixa de Gaza, ficaram inoperantes depois de o Exército de Israel ter lançado dura ofensiva contra as suas instalações. As forças israelenses justificaram o ataque alegando a presença de supostos membros do Hamas e da Jihad Islâmica. Na passada quinta-feira, as autoridades de Gaza descobriram também uma nova vala comum junto do hospital Al-Shifa com mais de 30 corpos.

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