Conselho de Segurança da ONU renova força de paz no Líbano

Grupo patrulha fronteira do sul do país com Israel

Publicado em 28/08/2024 - 18:46 Por Michelle Nichols - repórter da Reuters - Nações Unidas

O Conselho de Segurança da ONU votou por unanimidade nesta quarta-feira (28) pela prorrogação de uma missão de manutenção da paz de longa duração no Líbano por mais um ano, mas os Estados Unidos, aliados de Israel, disseram que deveriam ser feitas alterações no mandato da operação no futuro.

A Força Interina da ONU no Líbano (Unifil) -- estabelecida em 1978 -- patrulha a fronteira sul do Líbano com Israel. O mandato da operação é renovado anualmente, e sua autorização atual expiraria no sábado.

"A votação unânime de hoje é uma prova do interesse da comunidade internacional no Líbano", disse o vice-embaixador do Líbano na ONU, Hadi Hachem, ao conselho.

"É uma mensagem clara do seu honorável conselho a favor da estabilidade e de um cessar-fogo. É um gesto de esperança para todos os libaneses que rejeitam a guerra, a violência e a destruição, os libaneses que querem dar uma chance à paz", disse.

A votação do Conselho de Segurança, composto por 15 membros, ocorreu poucos dias depois que o grupo militante libanês Hezbollah e os militares israelenses se envolveram em uma das mais intensas trocas de ataques entre eles nos últimos 10 meses, em meio a temores de que a guerra de Israel em Gaza se tornasse um conflito regional mais amplo.

Falando a repórteres antes da votação nesta quarta-feira, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse: "Tenho uma mensagem para o povo libanês: vocês e seu governo têm uma escolha a fazer. Enfrentem o Hezbollah hoje ou vejam seu país ser arrastado para o caos e a destruição".

"Não deixem que o Hezbollah e o Irã ditem o seu futuro. Se vocês não agirem, a devastação que se seguirá estará em suas mãos. Israel não busca a guerra, mas, como demonstramos esta semana, não hesitaremos em defender nosso povo", disse Danon.

O mandato da Unifil foi ampliado em 2006 -- quando o conselho adotou a resolução 1701 após uma guerra de um mês entre Israel e o Hezbollah -- para permitir que as forças de paz ajudassem o Exército libanês a manter partes do sul livres de armas ou pessoas armadas que não fossem do Estado libanês.

Isso gerou atritos com o Hezbollah, que efetivamente controla o sul do Líbano, apesar da presença do Exército libanês. O Hezbollah é um partido fortemente armado que é a força política mais poderosa do Líbano.

"A extensão do mandato da Unifil, que é o que essa resolução faz, apoia nossa meta de redução da escalada regional, que agora é mais importante do que nunca", disse o embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho.

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