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Internacional

Ataques aéreos israelenses mataram ao menos 356 pessoas no Líbano

Israel alerta a população para se retirar de áreas sob ataque
Maayan Lubell e Maya Gebeily - Reuters **
Publicado em 23/09/2024 - 16:03
Jeruzalém/Beirute
Fumaça no sul do Líbano
 23/9/2024  Reuters/Aziz Taher/Proibida reprodução
© Reuters/Aziz Taher/Proibida reprodução
Reuters

Israel atacou centenas de alvos do Hezbollah em ataques aéreos que, segundo as autoridades de saúde libanesas, mataram pelo menos 356 pessoas nesta segunda-feira (23), o dia mais mortal no Líbano em quase 1 ano de conflito com o inimigo apoiado pelo Irã.

Após algumas das mais pesadas trocas de ataques através da fronteira desde o início das hostilidades, Israel alertou a população para se retirar de áreas onde, segundo o governo israelense, o movimento estava armazenando armas.

Após quase um ano de guerra contra o Hamas em Gaza, na fronteira sul, Israel está mudando seu foco para a fronteira norte, de onde o Hezbollah tem disparado foguetes contra Israel em apoio ao seu aliado Hamas.

"As ações continuarão até atingirmos nosso objetivo de devolver os residentes do norte em segurança para suas casas", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em um vídeo publicado por seu gabinete, preparando o cenário para um longo conflito, já que o Hezbollah prometeu continuar lutando até que haja um cessar-fogo em Gaza.

"Estes são dias em que o povo israelense terá que mostrar serenidade", afirmou.

Gallant falava após o Exército israelense atacar o Hezbollah no sul do Líbano, no leste do vale de Bekaa e na região norte, perto da Síria, em seus ataques mais generalizados.

O Ministério da Saúde do Líbano disse que pelo menos 356 pessoas foram mortas, incluindo 42 mulheres e 24 crianças, e 1.246 ficaram feridas nos ataques de Israel nesta segunda-feira.

O porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, disse na rede social X que mais de 300 alvos do Hezbollah haviam sido atingidos até o momento, após ter alertado que ataques aéreos eram iminentes em casas no Líbano onde "o Hezbollah escondia armas".

A Reuters não pôde verificar de forma independente a alegação de Israel de que o Hezbollah havia armazenado armas em casas e vilarejos.

Em resposta, o Hezbollah, arqui-inimigo de Israel, disse que havia lançado foguetes contra postos militares israelenses.

Outra rodada de ataques era esperada. A aviação israelense está se preparando para atacar armas estratégicas do Hezbollah escondidas em casas no vale de Bekaa, no Líbano, disse o porta-voz militar israelense, pedindo aos civis que se retirem imediatamente.

"As imagens agora do sul do Líbano são de explosões secundárias de armas do Hezbollah, que estão explodindo dentro de casas. Em cada casa que estamos atacando há armas. Foguetes, mísseis, veículos aéreos não tripulados com o objetivo de matar civis israelenses", disse o contra-almirante Daniel Hagari em uma declaração televisionada.

Os ataques aéreos intensificaram a pressão sobre o Hezbollah, que na semana passada sofreu um ataque que seu líder, Hassan Nasrallah, chamou de "sem precedentes na história" do grupo, após milhares de pagers e walkie-talkies usados por seus membros explodirem.

A operação foi amplamente atribuída a Israel, que não confirmou nem negou a responsabilidade.

* É proibida a reprodução deste conteúdo.

** Reportagem de James Mackenzie e Ari Rabinovitch, em Jerusalém; Tom Perry, Maya Gebeily e Emilie Madi, em Beirute