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Internacional

Brasileira recebe prêmio da ONU por trabalho com imigrantes

Irmã Rosita Milesi lidera Instituto de Migrações e Direitos Humanos
Anthony Boadle - Repórter da Reuters*
Publicado em 09/10/2024 - 09:42
Brasília
Grupo de 46 migrantes venezuelanos chegam a Brasília
© 20/12/18/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reuters

Uma religiosa brasileira que há 40 anos ajuda refugiados e imigrantes foi premiada nesta quarta-feira (9) com o Prêmio Nansen, concedido anualmente pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) por seu trabalho excepcional na proteção de pessoas deslocadas e apátridas.

Filha de agricultores pobres de origem italiana no sul do Brasil, irmã Rosita Milesi, de 79 anos, faz parte da congregação católica Scalabriniana, conhecida por seu serviço aos refugiados ao redor do mundo.

Como advogada, assistente social e ativista, Milesi defendeu os direitos e a dignidade de refugiados e imigrantes de diferentes nacionalidades no Brasil ao longo de quatro décadas.

O Prêmio Nansen para Refugiados do Acnur foi criado em 1954 em homenagem ao humanista, cientista, explorador e diplomata norueguês Fridtjof Nansen. O Acnur anunciou o prêmio em Genebra.

Irmã Rosita junta-se a uma lista de ilustres premiados de todo o mundo, incluindo Eleanor Roosevelt, a primeira pessoa a receber o prêmio em 1954, a Médicos Sem Fronteiras e Angela Merkel.

Ela é a segunda brasileira a ganhar o prêmio. O ex-arcebispo de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns recebeu o prêmio em 1985.

Irmã Rosita Milesi lidera o Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH) em Brasília, por meio do qual ajudou milhares de imigrantes forçados e pessoas deslocadas a acessar serviços essenciais, como abrigo, assistência médica, educação e assistência jurídica.

Ela coordena a RedeMIR, um grupo nacional de 60 organizações que atua em todo o Brasil, incluindo regiões remotas de fronteira, para apoiar refugiados e imigrantes.

Seu trabalho teve impacto significativo no cenário jurídico brasileiro, incluindo a formulação da Lei de Refugiados de 1997 e da Lei de Migração de 2017, que consagrou proteções fundamentais para pessoas deslocadas e reduziu o risco de se tornarem apátridas, segundo o Acnur.