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Internacional

Companhias aéreas lidam com escalada de tensões no Oriente Médio

Empresas desviam ou cancelam voos e grandes atrasos são registrados
 Joanna Plucinska - Repórter da Reuters*
Publicada em 02/10/2024 - 11:30
Londres
A graphical representation of air traffic shows airspace over Iran and the neighbouring Middle East at 0000 GMT, April 14, 2024. Flightradar24.Com/Handout via REUTERS    THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY NO RESALES. NO ARCHIVES. MANDATORY CREDIT
© Flightradar24.com/Reprodução
Reuters

As crescentes tensões no Oriente Médio têm criado situação caótica para as viagens aéreas, com companhias aéreas desviando ou cancelando voos nesta quarta-feira (2) e com longos atrasos em aeroportos da região, incluindo o Líbano, Israel e Kuwait, de acordo com dados do FlightRadar24.

A preocupação com as viagens, à medida que o conflito se intensifica, também derruba as ações dos setores de viagens e de companhias aéreas, com as ações da maior operadora de viagens da Europa, a TUI, caindo mais de 5% e a Lufthansa recuando 4%.

"Na eclosão do conflito na Ucrânia e do conflito entre Israel e Gaza no ano passado, houve enfraquecimento da demanda por viagens em toda a Europa, que diminuiu após algumas semanas", disse Andrew Lobbenberg, analista do Barclays.

O Irã lançou seu maior ataque com mísseis contra Israel nessa terça-feira (1º), em retaliação à campanha israelense contra o Hezbollah no Líbano, o que provocou ameaça por parte de Israel de uma "resposta dolorosa".

Hoje, alguns voos foram vistos sobre o espaço aéreo iraniano, de acordo com mapa do FlightRadar24, inclusive da companhia aérea FlyDubai, após o Irã dizer que seu ataque com mísseis balísticos contra Israel havia terminado.

No entanto, voos em toda a região eram desviados ou interrompidos, com poucos sinais de uma normalização mais ampla, com alguns mudando suas rotas para evitar determinados espaços aéreos.

"Todos os aviões - principalmente para a Índia - estão evitando o espaço aéreo iraniano até segunda ordem", disse um porta-voz da companhia aérea polonesa LOT.

O órgão regulador de segurança aérea da Europa, a Easa, emitiu dois boletins informativos sobre zonas de conflito no final de setembro, aconselhando as companhias aéreas a não usarem o espaço aéreo israelense ou libanês "em todos os níveis de voo". Recentemente, não foi emitido um boletim desse tipo para o espaço aéreo iraniano.

Companhias aéreas de todo o mundo têm cancelado voos para Israel e o Líbano na esteira da escalada do conflito. Muitas afirmam que eles não serão retomados até pelo menos meados de outubro, dependendo da situação de segurança.

Tanto a British Airways quanto a Air France-KLM informaram que os cancelamentos de seus voos para o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, permanecerão em vigor até pelo menos o início da próxima semana, incluindo o dia 7 de outubro, aniversário de um ano do ataque do Hamas a Israel.

Impacto nos aeroportos

O tráfego em Istambul, no Cairo e em Antalya permanece denso, com os voos evitando partes do espaço aéreo do Oriente Médio.

Todos os voos que partiam do Aeroporto Internacional Zayed, de Abu Dhabi, sofreram atrasos, enquanto 56% dos que sairiam do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, foram cancelados, de acordo com o rastreador de companhias aéreas.

No Aeroporto Internacional Queen Alia, de Amã, na Jordânia, cerca de 38% das chegadas foram canceladas.

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