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Internacional

Milhões de pessoas na Flórida seguem sem energia após furacão Milton

Pelo menos 16 pessoas morreram
Brad Brooks e Leonora LaPeter Anton – repórter da Reuters
Publicado em 11/10/2024 - 11:48
Fort Pierce
Enchente em South Daytona, Flórida
 11/10/2024    Nadia Zomorodian/News-Journal/USA Today Network via REUTERS
© Nadia Zomorodian/News-Journal/via Reuters/proibida reprodução
Reuters

Milhões de habitantes da Flórida ainda estavam sem energia elétrica nesta sexta-feira (11), mais de um dia após a passagem do furacão Milton pela região central do estado, provocando tornados e deixando pelo menos 16 pessoas mortas.

Funcionários de empresas de serviços públicos consertaram linhas de energia derrubadas e torres de telefonia celular danificadas, enquanto equipes de agências governamentais e moradores com motosserras retiravam árvores derrubadas e limpavam bairros inundados em cidades e vilarejos afetados pelas fortes chuvas.

Embora o Milton não tenha gerado a catastrófica onda de água do mar que se temia na Flórida – um dos estados do sudeste dos EUA atingido pelo furacão Helene há cerca de duas semanas – a operação de limpeza pode levar semanas ou meses para ser concluída.

"Isso abre seus olhos para o que a Mãe Natureza pode fazer", disse Chase Pierce, um aprendiz de eletricista de 25 anos que, com sua namorada, viu transformadores explodirem, faíscas voarem e uma linha de energia cair em seu quintal em São Petersburgo.

Milton, o quinto furacão mais intenso já registrado no Atlântico, pode custar às seguradoras entre US$ 30 bilhões e US$ 60 bilhões, disse o analista da Morningstar DBRS Marcos Alvarez nesta sexta-feira. Mas esse valor é muito inferior aos US$ 100 bilhões estimados pela empresa no início desta semana, antes da chegada da tempestade na noite de quarta-feira (9).

A Casa Branca prometeu apoio do governo, com a extensão total dos danos ainda sendo avaliada.

Eleições

Mas o republicano Donald Trump, que está atrás da vice-presidente democrata Kamala Harris antes da eleição presidencial de 5 de novembro, de acordo com pesquisas recentes da Reuters/Ipsos, atacou Kamala e o presidente norte-americano, Joe Biden, pela maneira como eles lidaram com os esforços de recuperação da tempestade.

"O governo federal ... não fez o que deveria estar fazendo, em especial no que diz respeito à Carolina do Norte", disse, na última quinta-feira (10). A Carolina do Norte foi duramente atingida pelo Helene, e Trump enfrenta uma batalha acirrada contra Kamala naquele local.

Kamala, que disse que Trump está espalhando mentiras sobre a resposta do governo, rebateu a politização da questão durante um evento na Univision na quinta-feira.

"Infelizmente, vimos nas últimas duas semanas, desde o furacão Helene e agora, logo após o Milton, que as pessoas estão fazendo jogos políticos", afirmou, sem citar o nome de Trump.

Políticos de ambos os campos estão profundamente cientes de como os índices de aprovação do presidente republicano George W. Bush caíram depois que o furacão Katrina devastou Nova Orleans em 2005. Ele nunca se recuperou da percepção de muitos na época de que a resposta de seu governo foi inadequada.

O governo Biden disse que a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências precisaria de financiamento adicional do Congresso, onde os republicanos controlam a Câmara e os democratas controlam o Senado, e pediu aos parlamentares, que estão em recesso, que ajam.