OMS pede vigilância forte para gripe aviária H5N1 entre os animais
Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quinta-feira uma vigilância mais rigorosa dos animais em busca de evidências de infecção pela gripe aviária H5N1, com o objetivo de conter sua disseminação.
A autoridade também pediu mais esforços para reduzir o risco de transmissão do vírus para novas espécies de animais e para os seres humanos.
"O que realmente precisamos globalmente, nos EUA e no exterior, é de uma vigilância muito mais forte em animais, em aves selvagens, em aves domésticas, em animais que são conhecidos por serem suscetíveis à infecção", disse a epidemiologista da OMS Maria Van Kerkhove, em uma entrevista coletiva online.
A agência disse que está em contato com agências parceiras, como a Organização Mundial de Saúde Animal e a Organização de Alimentos e Agricultura, para aumentar a vigilância em animais.
No mês passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos confirmou a presença da gripe aviária H5N1 em um porco em uma pequena propriedade rural no Oregon.
Os porcos representam uma preocupação especial para a disseminação da gripe aviária porque podem ser co-infectados com vírus de aves e humanos, que podem trocar genes para formar um vírus novo e mais perigoso, capaz de infectar humanos com mais facilidade.
"Para nós da OMS, estamos sempre em um estado constante de prontidão no que se refere à gripe, porque não é uma questão de se, é uma questão de quando", disse Kerkhove, acrescentando que o risco da gripe aviária para a população em geral permanece baixo em todo o mundo.
Até o momento, 55 casos humanos de gripe aviária H5N1, inclusive em uma criança, foram relatados nos Estados Unidos neste ano, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).
A maioria desses casos ocorreu entre trabalhadores rurais que tiveram contato com aves ou vacas infectadas. Não houve disseminação de pessoa para pessoa associada a nenhum dos casos de gripe aviária H5N1, de acordo com o CDC, mas os trabalhadores do setor de laticínios e de outras fazendas são considerados de maior risco de contrair o vírus.
* Reportagem de Emma Farge em Genebra e Mariam Sunny em Bengaluru
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