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Internacional

Papa tem condição estável e já não precisa de ventilação mecânica

Segundo boletim médico, estado clínico, no entanto, continua complexo
Lusa*
Publicado em 03/03/2025 - 11:05
Roma
Hospital Gemelli, onde o papa Francisco está internado
28/02/2025
Reuters/Hannah McKay/Proibida reprodução
© REUTERS/Hannah Mckay/Proibida reprodução
Lusa

 O papa Francisco passou bem a noite, mantém-se "estável" e não precisou de ventilação mecânica não invasiva nas últimas horas, após o episódio de crise respiratória que sofreu, informou nesta segunda-feira (3) o Vaticano.

Segundo o relatório médico, o estado clínico do pontífice argentino continua "complexo" e o prognóstico "reservado".

O papa "não precisou de ventilação mecânica não invasiva, mas apenas de oxigenoterapia de alto fluxo", após a crise respiratória que sofreu na última sexta-feira, com um episódio de vômito. A informação indica ainda que o papa está sem febre.

Francisco, de 88 anos, está internado desde 14 de fevereiro devido a uma bronquite com infecção polimicrobiana, acompanhada de pneumonia bilateral.

Nesse domingo, ele recebeu a visita do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, e do secretário adjunto de Estado, o venezuelano Edgar Peña Parra.

Pelo terceiro domingo consecutivo, o papa não proferiu a mensagem do Angelus.

Multilateralismo e respeito pela ciência

Em mensagem enviada aos participantes do congresso científico “O fim do mundo? Crises, responsabilidades, esperanças”, que começou hoje (3) em Roma, Francisco defendeu o respeito pela ciência e o reforço do multilateralismo, criticando a tecnocracia neoliberal e desregulamentação utilitarista, que colocam o mundo mais perto do colapso.

Ele pediu “organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para assegurar o bem comum global, a erradicação da fome e da miséria e a defesa segura dos direitos fundamentais”.

“Sabendo que não é a tecnocracia que nos vai salvar”, Francisco considerou que “ceder à desregulamentação planetária utilitarista e neoliberal significa impor como única regra a lei do mais forte”, uma “lei que desumaniza”.

O papa elogiou a escolha do tema “policrise”, termo que “evoca o caráter dramático da conjuntura histórica vivida atualmente, em que as guerras, alterações climáticas, os problemas energéticos, as epidemias, migrações e a inovação tecnológica” se confundem.