CPI identifica no DF rede de abuso sexual virtual contra adolescentes

Publicado em 18/10/2018 - 16:40 Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A CPI da Pedofilia da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) identificou uma rede de abuso sexual de adolescentes por meio de troca, armazenamento e disponibilização de imagens e vídeos na internet. Foram encontrados 145 grupos com até 200 participantes envolvidos na disseminação de fotos de meninos e meninas em atos sexuais.

A informação foi prestada pela CPI nesta quinta-feira (18), em entrevista coletiva. A ação, que começou há seis meses, é parte da segunda etapa da Operação Erástes, que investiga o compartilhamento e divulgação de pornografia infantil em redes sociais na web. A CPI conduz as investigações.

Nos celulares apreendidos foram encontradas mensagens com a divulgação de imagens pornográficas de crianças e adolescentes.
Celulares apreendidos tinham imagens pornográficas de crianças e adolescentes - Valter Campanato/Agência Brasil

Depois da identificação dos grupos e participantes, a operação apreendeu, no início do mês, 15 aparelhos celulares de administradores de grupos. Os telefones serão periciados para identificar se houve armazenamento e transmissão de imagens e vídeos, práticas caracterizadas como crime. Caso sejam constatadas essas condutas, as provas serão repassada à Polícia Civil para indiciamento dos responsáveis.

O delegado Haandel Fonseca, à frente das investigações da CPI, informou que a polícia vai investigar também outros participantes dos grupos para verificar se há indícios de atividades ilícitas que possam levar à inclusão deles entre os denunciados. “Vamos dar sequência às investigações, pois há relatos de que integrantes participam de vários grupos de troca de imagens com conteúdo sexual.”

Operação Crisálida

A CPI da Pedofilia da CLDF também deflagrou a segunda etapa da Operação Crisálida, com foco no combate ao aliciamento de adolescentes em regiões e no entorno do DF. Os policiais identificaram sites de relacionamento e salas de bate-papo virtuais que eram usados para prostituição infantil.

Sites encontrados vendiam a troca de apoio financeiro a mulheres por serviço de acompanhante. Segundo o delegado Haendel Fonseca, os responsáveis pelo site estão sendo investigados. Em um deles, foi identificada uma adolescente. A operação teve início com denúncias recebidas pela CPI. Na primeira etapa, foi identificada uma jovem sendo abusada em apartamentos na região central de Brasília.

Resultados

O deputado distrital Rodrigo Delmasso durante entrevista coletiva de integrantes da CPI da Pedofilia da Câmara Legislativa do Distrito Federal, sobre a Operação Erástes que investiga uma rede de abuso sexual infantil no DF.
O deputado Rodrigo Delmasso, presidente da CPI da Pedofilia, em entrevista - Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente da CPI, deputado Delmasso (PRB), informou que a comissão deve entregar o relatório final até o fim do ano e destacou as ações realizadas. “Esta CPI fez operações de busca e apreensão em busca de provas para possíveis indiciamentos. O relatório deve trazer informações novas e importantes de denúncias de crimes de abusos sexuais de crianças e adolescentes, um crime subdenunciado”, disse.

Delmasso acrescentou que a CPI também solicitou uma auditoria do Tribunal de Contas do DF sobre o uso do fundo para políticas voltadas à infância e adolescência. De acordo com o deputado, o governo do Distrito Federal teria contingenciado recursos, o que não seria permitido. O parlamentar defendeu o endurecimento das penas de pessoas condenadas por crimes de abuso sexual de crianças e adolescentes.

Denúncias podem ser feitas por meio do Disque 100, do 190 da Polícia Civil, e da própria CPI, pelo telefone 3348-8821. Não é preciso se identificar.

Edição: Nádia Franco

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