Matemático premiado planta jequitibá em homenagem a Einstein

Publicado em 10/04/2015 - 14:06 Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O matemático brasileiro Artur Ávila, primeiro latino-americano premiado com a Medalha Fields da União Internacional de Matemática, participou hoje (10), de uma homenagem aos 90 anos da visita do físico alemão Albert Einstein ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ávila plantou uma muda de jequitibá-açu próximo ao local de uma árvore da mesma espécie que encantou o autor da teoria da relatividade em 1925.

Segundo relatos da época, repetidos até hoje por funcionários do Jardim Botânico, Einstein teria ficado tão impressionado com as dimensões do jequitibá que abraçou e beijou a árvore. Na década de 80, o espécime, que ficou conhecido como “Jequitibá do Einstein” morreu depois de ser atingido por um raio.

Artur Ávila recebeu a proposta de plantar o jequitibá logo ao retornar ao Brasil, em agosto do ano passado, depois de conquistar a medalha, considerada o Nobel da Matemática, em Seul, na Coreia do Sul.

O matemático disse que, depois do prêmio, sua vida profissional não mudou, mas que passou a ser visto como um “modelo” de cientista para inspirar a juventude. “Não me esquivei dessa responsabilidade e tento contribuir, na medida do possível, para ter algum impacto positivo. Acho que é importante para o Brasil, porque as crianças sonham. Quando eu era criança, tinha uma grande admiração por cientistas e queria sempre ir nessa direção. Dessa admiração, eu ia estudando. Seria legal que as pessoas pudessem sonhar com esse caminho.”

Segundo o botânico Claudio Nicoletti de Fraga, curador das coleções vivas do Jardim Botânico, essa é uma homenagem a Ávila e à ciência. “O motivo é mais homenagear a ciência do que a planta, em si. Plantar, a gente planta todo dia aqui no parque. Mas é sempre bom ter um dia para homenagear a ciência”, disse Fraga.

Artur Ávila é pesquisador do Instituto da Matemática Pura e Aplicada, que fica perto do Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro, e diretor de pesquisas do Centro Nacional de Pesquisa Científica, da França.

Edição: Maria Claudia

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