Envelhecimento de fotos ajuda na busca de desaparecidos no Rio
Um programa de edição de imagens vai auxiliar a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) do Rio de Janeiro na busca de crianças e adolescentes desaparecidos. Um artista forense do Núcleo de Envelhecimento faz um retrato atualizado que simula o envelhecimento de crianças desaparecidas há muito tempo.
Cerca de 20 meninas desaparecidas desde 2000 ganharão retratos atualizados. As imagens serão divulgadas na imprensa e no site da Polícia Internacional (Interpol). Também serão encaminhadas para delegacias de todos os estados e agências de inteligência de cinco países que integram a rota do tráfico internacional de pessoas: Espanha, Portugal, Itália, Holanda e Suíça.O envelhecimento digital já foi feito nas fotografias de Ingrid Pitanga – que desapareceu em 2001, aos 10 anos – e de Gisela de Jesus – desaparecida em 2010, com 8 anos.
A simulação de envelhecimento por meio de programas de computador já existe em outros estados brasileiros, como São Paulo. A titular da DDPA, Ellen Souto, explicou que a delegacia fez pesquisas de campo, a fim de conhecer os trabalhos já desenvolvidos e selecionar a modalidade mais adequada para o Rio de Janeiro. “Viajamos e entramos em contato com um software que envelhece automaticamente a fisionomia das crianças, mas achamos o resultado artificial. Por isso, optamos por uma técnica de envelhecimento que utiliza um programa de edição, que não abre mão do olhar do artista forense."
As técnicas usam fotos de diferentes fases dos desaparecidos e imagens dos pais, para cruzamento dos traços fisionômicos e detectar características faciais comuns, além de entrevistas com parentes das crianças. A simulação pode levar semanas para ser concluída.
De acordo com dados da Fundação para a Infância e Adolescência e do programa SOS Crianças Desaparecidas, 504 crianças e adolescentes estão desaparecidos no estado do Rio de Janeiro.