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Política

Berzoini: orientação de Dilma é evitar exploração eleitoral da CPI da Petrobras

Luana Lourenço e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 01/04/2014 - 13:38
Brasília
Brasília - Os novos ministros Ricardo Berzoini, da Secretaria de Relações Institucionais, e Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos, tomam posse (Antônio Cruz/Agência Brasil)

O novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, toma posse em cerimônia no Palácio do PlanaltoAntonio Cruz/Agência Brasil

O novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, disse hoje (1º), após tomar posse, que a orientação da presidenta Dilma Rousseff é que os aliados do governo no Congresso Nacional trabalhem para evitar a “exploração eleitoral” de uma possível comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.

A oposição ao governo no Congresso está buscando um acordo que viabilize a criação da comissão para investigar denúncias de irregularidades na compra de uma refinaria no Texas (Estados Unidos) pela Petrobras.

“A orientação é que façamos diálogo com lideranças da base para ver qual o melhor caminho para obter justamente o que ela falou no seu discurso, que é evitar a exploração político-eleitoral de um assunto tão importante para o Brasil como é a questão da Petrobras”, disse Berzoini.

Antes, durante discurso na cerimônia de posse de Berzoini e da nova ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, Dilma disse que “motivações meramente eleitorais” não podem impedir o andamento de projetos importantes para o país.

Para o novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, a criação de uma CPI em ano eleitoral tem mais objetivos políticos que de investigação. “CPI em ano eleitoral, com esse viés, principalmente se tratando de uma empresa como a Petrobras, obviamente cria uma expectativa mais na disputa político-eleitoral do que efetivamente uma apuração criteriosa”, avaliou. Berzoini argumentou que já existem investigações em andamento para apurar as supostas irregularidades que a CPI pretende apurar.

De acordo com Berzoini, a estratégia do governo será dialogar com as lideranças da base aliada no Congresso, sem interferir diretamente na articulação. “Vamos apoiar o que os líderes entenderem ser o melhor caminho. O governo não participa articulando a ação dos partidos nessa questão da CPI. Ouvimos várias opiniões sobre como tratar e vamos dialogar, ouvindo a posição dos líderes para ajudar no melhor possível”, ponderou.

Já o presidente do PT, Rui Falcão, disse contar com o apoio de Berzoini para amenizar os efeitos da investigação, caso a comissão seja criada. “A nossa preocupação com o ano eleitoral é que essa CPI da Petrobras só tem esse conteúdo político-eleitoral e de enfraquecimento da empresa. Quem está conduzindo toda essa articulação são nossos representantes na Câmara, no Senado e agora o ministro Berzoini. Estão conduzindo bem”, afirmou após a cerimônia de posse.

Apesar de não revelar a estratégia do partido, Rui Falcão admite que é possível trabalhar no sentido de ampliar o foco da CPI para investigar outros assuntos ou até de criar outra comissão. “O deputado Paulo Teixeira [PT-SP] está coletando assinaturas nessa direção [de outra CPI]. Obtendo o número de assinaturas, vamos analisar qual a melhor tática”, disse, após opinar que as apurações podem também “discutir o cartel, a corrupção no Metrô [SP] e o Porto de Suape [PE]”.

O presidente do PT acredita que é possível “colocar as coisas nos devidos eixos” e demonstrar que há um “ataque especulativo em relação à Petrobras por parte da oposição”. Segundo ele, esses ataques são recorrentes, como no passado ocorreu com a tentativa de privatização da empresa, com a troca do nome e a resistência ao regime de partilha com relação ao leilão do pré-sal.