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Política

Queda na desigualdade reduz morte de negros e pobres em SP, diz secretário

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/06/2015 - 20:39
Brasília

A redução dos índices de mortalidade de jovens negros no estado de São Paulo só foi possível devido a um trabalho conjunto de segurança e redução da desigualdade social, disse hoje (23) o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre Moraes, aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as causas da violência contra jovens negros e pobres.

Segundo Moraes, existe um “racismo disfarçado” que é difícil de ser combatido, mas que a realidade vem mudando. O estado, ao lado de Santa Catarina e do Paraná, é um dos três que apresentam a menor taxa de mortalidade de jovens negros, comparados à população branca na mesma faixa etária.

Moraes apresentou os dados de uma pesquisa do ano passado que mostram que a taxa de homicídios de jovens negros, com idade entre 19 e 29 anos, no estado, fica em 30,9 por 100 mil habitantes, enquanto a média brasileira chega a 70,8 por 100 mil, mais que o dobro.

“O primeiro ponto importante para qualquer autoridade pública é atacar o problema de desigualdade social na sociedade brasileira. Não é uma questão de segurança pública isolada, só de educação, cultura, é uma questão da sociedade brasileira”, disse o secretário. “Em São Paulo estamos avançando em relação a isso, tanto em relação à questão da diversidade quanto na questão importantíssima da seleção e treinamento das forças policiais”, complementou.

Ainda de acordo com o secretário, o risco de um jovem negro nessa faixa etária ser vítima de homicídio é uma vez e meia maior do que a de um jovem branco. “A idade que concentra mais [casos de homicídios] é 19 a 29 anos. O índice é de 20,7 por 100 mil habitantes, enquanto o de o jovem negro é de 30,9 por 100 mil”, disse.

O levantamento também apontou que, de dezembro de 2013 a novembro de 2014, a taxa de homicídios no Estado ficou em 10,13 para cada 100 mil habitantes. O índice aceito pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 10 mortes para 100 mil habitantes. “Chegamos num nível aceitável, mas precisamos avançar”, disse Moraes.

Segundo o levantamento, 48% das vítimas de homicídios são brancas, 39%, pardas e 9% são negros e que há, dentro da vulnerabilidade juvenil (faixa de 19 a 29 anos) um equilíbrio de negros e brancos, mas dentro da vulnerabilidade de 10 a 19 anos há uma diferença muito grande de brancos e negros, com o percentual maior de mortes no último grupo.