Dilma defende integração regional para superar crise econômica
A presidenta Dilma Rousseff disse apostar na integração entre os países latino-americanos e emergentes para enfrentar a crise econômica que o Brasil e outras nações passam. No Chile para encontro com a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, Dilma afirmou que os caminhos dos atores internacionais para superar o atual cenário econômico passam pelo "aumento da cooperação" entre os países.
Em Santiago deste o início da tarde desta sexta-feira (26), Dilma participa de compromissos ao lado da presidenta chilena e com empresários do Brasil e do Chile. Ao oferecer um brinde a Bachelet durante almoço no Palácio de La Moneda, a presidenta brasileira enfatizou a possibilidade de as duas nações ampliarem suas trocas comerciais e investimentos.
"Os emergentes têm que enfrentar a queda dos preços das comoddities, a desaceleração da China e também o fato de que as economias dos países desenvolvidos têm demonstrado uma imensa fragilidade, com idas e vindas na sua recuperação. Eu tenho orgulho dizer que coube a nós, duas mulheres, dar uma dimensão renovada do relacionamento de nossos países a partir do fortalecimento das nossas relações em uma conjuntura bastante difícil que é a que vivemos", disse à colega.
De acordo com a Dilma, o governo brasileiro vai enviar ao Congresso Nacional os pedidos de internacionalização dos acordos assinados em novembro de 2015 entre os dois países nas áreas de compras governamentais e de serviços. Dilma também lembrou dos corredores bioceânicos que estão sendo construídos e que vão ser, segundo ela, uma "alternativa logística de curta distância em relação às demais", e que vão interligar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
"O nosso comércio e investimentos têm sido muito bem sucedidos na fase em que nós não estávamos sofrendo as dificuldades dessa última conjuntura. Principalmente considerando o estoque de investimentos chilenos que o Brasil tem recebido, US$ 8 bilhões. E eu acredito, viu presidente, que este número é um pouco subestimado. Esses investimentos têm uma grande representatividade do nosso potencial em todas as áreas, da mesma forma os investimentos brasileiros aqui no Chile, e também a nossa cadeia comercial", disse.
Agenda com o PT
Dilma permanece no Chile até sábado (27), dia em que possui eventos programados até o meio da tarde. A agenda oficial da viagem prevê que a última agenda dela no país é uma reunião com economistas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, às 15h20. Caso os horários de embarque não sofram atrasos, a presidenta deve chegar no Brasil por volta das 21h, o que dificultaria a sua presença na festa de comemoração dos 36 anos do PT, no Rio de Janeiro.
Nos últimos dias, questionou-se a possibilidade de Dilma não comparecer ao evento devido a divergências entre o governo e o partido. Até o momento, porém, ainda não há uma decisão completamente fechada sobre a participação dela no evento ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de correligionários, embora ministros petistas a tenham aconselhado a ir.