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Política

Para participantes de ato na UFF, impeachment é ilegítimo e divide o país

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/04/2016 - 22:12
Rio de Janeiro

Participantes de ato público feito nesta sexta-feira (15), na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, criticaram a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O ato organizado pela Frente Brasil Popular reuniu juristas, políticos e intelectuais no auditório da Faculdade de Economia.

“O país está dividido. A classe dominante assumiu a divisão da sociedade. Há os que defendem o desenvolvimento autônomo e independente do país e os que defendem a desigualdade social e a concentração de renda. Há uma similitude muito grande entre 1954, 1961 e 1964. Há dois aspectos comuns, a emergência das massas e a adoção de políticas que adotavam desenvolvimento autônomo do país. A classe dominante da América Latina aceita quase tudo, mas não aceita a emergência das massas nem governos autônomos das grandes metrópoles que controlam o mundo. A direita não tem nenhum compromisso com a democracia”, disse o ex-ministro da Ciência e Tecnologia durante o governo Lula, Roberto Amaral.

Para o deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), organizador do ato, os movimentos populares e de esquerda vão reagir. “Este movimento é o primeiro ato da nova Cadeia da Legalidade, a nova luta que se instala no Brasil em defesa do estado democrático de direito e contra o golpe que se tenta perpetrar pelas forças reacionárias e conservadoras. Eu não tenho dúvida de que os movimentos sociais não vão mais sair das ruas, qualquer que seja o desfecho domingo na Câmara dos Deputados. A presidenta Dilma vai ter que dialogar ainda mais com os movimentos populares”, disse Waldek.

O advogado e professor de direito financeiro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Lodi Ribeiro, que fez a defesa da presidenta Dilma na comissão do impeachment na Câmara, classificou de golpe o processo de impeachment.

“É um momento em que a Câmara dos Deputados tem uma grande decisão a tomar. Se vai cumprir a Constituição Federal, investigar a existência ou não de crime de responsabilidade, ou se vai suprimir o mandato presidencial independentemente da aferição de crime de responsabilidade. Se isso acontecer, sem cumprir os requisitos constitucionais, trata-se de um golpe parlamentar [e teremos] um governo ilegítimo, sem o amparo da Constituição”, disse  Lodi.