Em primeiro discurso como prefeito eleito, Crivella diz que não quer vingança

O prefeito eleito disse que a vitória representa o não à legalização

Publicado em 30/10/2016 - 22:59 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O prefeito eleito Marcelo Crivella (PRB) disse que não quer vingança contra os adversários que o atacaram durante a campanha e disse que seu projeto é cuidar das pessoas.

Rio de Janeiro - O senador Marcelo Crivella celebra, em Bangu, a eleição para a prefeitura da capital fluminense, no segundo turno (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - O senador Marcelo Crivella comemora, em Bangu, a eleição para a prefeitura da capital fluminense, no segundo turnoFernando Frazão/Agência Brasil

“Nós não podemos, jamais, cair na armadilha da praga maldita da vingança. O processo eleitoral termina aqui. Acabou. Nós não temos memórias para injúrias, para calúnias, para infâmias. Vocação da política é olhar para a frente. Nós vamos centrar todas as nossas energias para realizar o projeto que propusemos ao povo, que é cuidar das pessoas”, disse Crivella. 

A campanha foi marcada por polêmicas como a revelação de um livro com críticas de Crivella à Igreja Católica e aos homossexuais e também reportagem sobre prisão dele, até então desconhecida, por tentar desalojar uma família de um terreno da Igreja Universal.

Crivella discursou na noite deste domingo (30), em ato na sede do Bangu Atlético Clube. Inicialmente, a assessoria do prefeito eleito informou que seria uma entrevista coletiva à imprensa, o que não ocorreu. Crivella apenas discursou para militantes e políticos que o apoiaram, como os candidatos a prefeito derrotados no primeiro turno Índio da Costa (PSD) e Carlos Osório (PSDB), além da deputada federal Clarissa Garotinho (PR), o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC) e o ex-secretário municipal Rodrigo Bethlem, acusado de desvio de dinheiro público.

Não à legalização do aborto e das drogas

Em um segundo discurso, na quadra esportiva do clube, para os militantes que não puderam acompanhar a primeira fala, Crivella disse que sua vitória representa o não à legalização do aborto e das drogas, bandeiras defendidas pelo candidato derrotado Marcelo Freixo (PSOL). “O povo disse bem alto nas urnas: não à legalização do aborto, não à liberação das drogas. Não, não, não e não. O povo também disse não à ideologia de gêneros nas crianças, de cinco ou seis anos de idade. Não, não e não. Não”, discursou em voz alta, arrancando aplausos da militância.

Crivella venceu a eleição com 59,36% dos votos válidos, totalizando 1.700.030, contra Marcelo Freixo (PSOL), que obteve 40,64%, ou 1.163.662. A abstenção foi de 1.314.950 (26,85%), os votos nulos somaram 569.536 (15,90%) e os votos em branco foram 149.866 (4,18%).

Perfil

Bispo licenciado da Igreja Universal, foi a terceira vez que Crivella concorreu à prefeitura carioca. Engenheiro civil, com pós-graduação na Universidade de Pretoria, em Joanesburgo, África do Sul, também concorreu ao governo estadual em 2006 e 2014. Começou a trabalhar aos 14 anos como auxiliar de escritório e foi taxista. Ficou oito anos no Exército, foi professor universitário e servidor público.

Com 59 anos, Crivella nasceu na capital fluminense e é filho único de pais católicos. Em 2002, foi eleito para o Senado com mais de 3 milhões de votos. Foi reeleito para o período 2011 a 2019. No governo de Dilma Rousseff, foi ministro da Pesca e Aquicultura. O político publicou contos de cunho religioso e um livro sobre projeto que torna produtivas terras abandonadas pelo governo federal, na cidade de Irecê (BA).

Casado com Sylvia Jane há 36 anos, é pai de três filhos e tem dois netos. Crivella chegou a ser considerado um dos principais intérpretes do gênero gospel no Brasil, com cerca de 16 álbuns musicais gravados.

Edição: Carolina Pimentel

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