Jungmann diz que afastamento de Renan deveria ter passado pelo plenário do STF

Publicado em 07/12/2016 - 12:51 Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O presidente Michel Temer recebe os oficiais-generais promovidos em solenidade no Palácio do Planalto. Participam do encontro (da esquerda para direita) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o presidente Mi

O ministro da Defesa, Raul Jungmann (1º E), o presidente Michel Temer, a primeira-dama Marcela Temer, e outras autoridades participam da cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais     Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse hoje (7) que, devido a sua “amplitude, profundidade e reflexos”, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado deveria ser tomada pelo plenário da corte, e não por liminar.

“Confesso, e é uma interpretação pessoal minha, que o afastamento do presidente do Congresso, independentemente de quem seja, era algo que deveria imediatamente, no ato, ser submetido ao plenário, porque senão podemos ter um desequilíbrio, um desalinhamento da harmonia e da independência dos poderes”, disse Jungmann após participar de uma cerimônia de promoção de 12 generais das Forças Armadas, no Palácio do Planalto.

Jungmann ressaltou que cabe tanto ao ministro Marco Aurélio, do STF, que concedeu a liminar, quanto a qualquer outro ministro conceder liminares, mas observou que, “dada a amplitude, profundidade e reflexos [da liminar contra Renan], caberia no mínimo uma imediata avaliação pelo pleno", o que deve ocorrer hoje. "Então, esse impasse estará encerrado de uma vez por todas. [Porque] aí, se Roma falou, a causa está encerrada”, acrescentou o ministro, ao lembrar que, como “casa moderadora”, cabe ao STF resgatar e resolver o impasse. “Ficará inclusive uma jurisprudência para outras crises como essa”, completou.

Previdência

O ministro da Defesa aproveitou a cerimônia de promoção dos generais para reiterar que os militares também darão sua contribuição para a reforma previdenciária. “Os militares estão dentro da reforma. Apenas [isso] virá em um segundo momento porque não há necessidade de PEC [proposta de emenda à Constituição], e sim de lei complementar. Além disso, há também o fato de que a Constituição os trata diferentemente. Mas isso não implica nenhum privilégio, nem omissão, em termos de contribuir para a reforma da Previdência. Essa contribuição será efetivamente dada, acho que no início do ano.”

Jungmann comentou ainda o peso dos militares no déficit da Previdência “Ao contrário do que foi noticiado, os militares não são responsáveis por R$ 34 bilhões ou 45% do déficit. O déficit real dos militares é de R$ 13 bilhões. Em breve vamos apresentar esses dados”, disse o ministro, ao comentar o déficit previdenciário geral registrado em 2015, de R$ 72,5 bilhões.

Edição: Augusto Queiroz

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