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Política

Aloysio Nunes: reciprocidade será palavra-chave da política externa brasileira

Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/03/2017 - 22:45
Brasília
Brasília - Novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, discursa durante solenidade de transmissão de cargo, no Palácio Itamaraty (Valter Campanato/Agência Brasil)
© Valter Campanato/Agência Brasil

Ao tomar posse hoje (7) como ministro das Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes Ferreira afirmou que a palavra-chave de sua gestão será “reciprocidade”, ao se referir às negociações bilaterais. Em um discurso com um tom mais político e alinhado ao do seu antecessor, José Serra, o novo chanceler frisou que a política externa brasileira não será mais de “prova de ingenuidade voluntarista de curto prazo e concessões unilaterais”.

Brasília - Novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, discursa durante solenidade de transmissão de cargo, no Palácio Itamaraty (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que pretende intensificar o trabalho da promoção comercial e investimentosValter Campanato/Agência Brasil

“O certo é que, com o mesmo tenor que você [Serra], tratarei de assegurar que a nossa política externa esteja sempre alinhada aos reais valores e legítimos interesses nacionais”, discursou Nunes. “Reciprocidade é a palavra-chave e não apenas na frente econômico-comercial. Isso sempre foi assim na política externa brasileira”.

Ressaltando o “poderio agroindustrial”, a matriz energética “limpa e diversificada” do país e o que considerou como “presença positiva e agregadora” do Brasil nos organismos internacionais, Nunes prometeu ampliar e aprofundar a participação brasileira na economia mundial “por meio de negociações que produzam resultados equilibrados e atendam os interesses de todas as partes”.

“Pretendemos intensificar o trabalho da promoção comercial, investimentos, reforçada pela vinculação da Apex [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] ao Itamaraty. Essa instituição é animada pela ideia de que uma boa política externa deve conciliar a primazia do interesse nacional com o papel que cabe a um país da estrutura do Brasil, por suas dimensões, seu peso, sua história como membro da comunidade internacional”.

Ator global

Aloysio Nunes disse ainda que o Brasil tem que ter a consciência de que é “um ator global” e que, por isso, “sua política externa tem que ter a marca do universalismo, sem esquecer a prioridade do relacionamento com as nações da Américas do Sul, Central e do Caribe”.

Brasília -O ex-ministro José Serra e o novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, durante a solenidade de transmissão de cargo, no Palácio Itamaraty (Valter Campanato/Agência Brasil)

Aloysio Nunes Ferreira assumiu o Ministério das Relações Exteriores substituindo José SerraValter Campanato/Agência Brasil

O novo ministro da Relações Exteriores disse ainda que pretende priorizar as relações com a Argentina, país destino da sua primeira viagem oficial, e buscar uma “aproximação maior” com os países da Aliança do Pacífico.

Em relação à Europa, o novo chancelar disse estar otimista com a possibilidade de o Brasil adquirir “uma nova dimensão”.  “O acordo entre o Mercosul e a União Europeia está na ordem do dia e poderá propiciar um salto qualitativo das nossas relações com a Europa e não pode ser vista apenas como a degravação de algumas linhas tarifárias”.

Aloysio Nunes Ferreira disse que sua gestão também será marcada por um “novo patamar” no relacionamento com a continente africano. “A África é um continente em transformação rápida, em crescimento acelerado que nas últimas décadas cresceu mais que o dobro da América Latina. As lideranças mais expressivas têm afirmado com insistência que não querem compaixão assistencial, mas querem investimentos, parcerias, negócios em maior densidade”.