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Política

Pedido de indiciamento de Janot terá "análise adequada", diz Dodge

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/12/2017 - 13:13
Brasília
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, participa do seminário Água, Vida e Direitos Humanos, realizado no Conselho Nacional do Ministério Público (José Cruz/Agência Brasil)

Procuradora-geral da República, Raquel Dodge  (José Cruz/Agência Brasil)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que dará “análise adequada sobre o tema”, ao ser questionada sobre o pedido de indiciamento contra seu antecessor, Rodrigo Janot, feito pelo relator da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) da JBS.

Raquel Dodge disse que “não me cabe fazer nenhuma consideração sobre intenção”, se o pedido de indiciamento seria uma tentativa de intimidar o Ministério Público.

O relatório da CPMI da JBS foi o último ato de Marun como deputado, antes de assumir, na quinta-feira (14), a Secretaria de Governo da Presidência da República, a convite do presidente Michel Temer.

“Nós não recebemos ainda nenhum indicativo da CPMI nesse assunto. O que posso lhes dizer é que quando recebermos esses documentos haverá análise adequada, que será dada no momento oportuno”, disse Dodge a jornalistas poucos depois do pedido de indiciamento feito por Marun.

Além do ex-procurador-geral, Marun pediu o indiciamento do procurador da República Eduardo Pellela, que foi chefe de gabinete de Janot. Os dois são acusados pelo relator da CPMI da JBS dos crimes de prevaricação e abuso de autoridade. Segundo o deputado, ambos sabiam que o procurador da República Marcelo Miller auxiliava o empresário Joesley Batista, da JBS, na produção de provas contra o presidente Michel Temer.

No relatório, de 326 páginas, apresentado nesta terça-feira (12), Marun pede ainda o indiciamento dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e sócios do grupo J&F, por corrupção ativa, uso de informação privilegiada e manipulação de mercado; do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, por corrupção ativa; e do ex-procurador da República Marcelo Miller, por corrupção passiva e improbidade administrativa.

Vazamentos

Raquel Dodge confirmou que desde que assumiu a Procuradoria-Geral da República enviou cinco solicitações ao diretor-geral da Polícia Federal para que investigue vazamentos ilegais de delações premiadas. “Comunicações, notícias de vazamento, tenho levado com a seriedade que a lei exige, e para todos os casos que chegaram a meu conhecimento eu já determinei a investigação pela PF”, disse Dodge.