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Política

PCdoB confirma candidatura de Manuela d’Ávila à Presidência

Deputada gaúcha disse que ainda espera candidatura única da esquerda
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/08/2018 - 17:38
Brasília
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) confirma a candidatura de Manuela d'Ávila à Presidência da República, em convenção realizada em Brasília.
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A deputada estadual Manuela d'Ávila foi confirmada pelo PCdoB nesta tarde como candidata do partido à Presidência da República. Dizendo-se esperançosa quanto à possibilidade de união entre os demais quadros da esquerda em torno de apenas um nome, a candidata se colocou como a melhor opção para construir um “novo projeto” de desenvolvimento para superar desigualdades regionais, de gênero e de raça.

Ao discursar, depois de ter a candidatura lançada com apoio unânime dos delegados do partido, Manuela d'Ávila apresentou bandeiras como a da reforma da segurança pública, a justiça tributária, o combate às grandes corporações e a revogação da reforma trabalhista e da emenda constitucional que estabeleceu um teto para os gastos públicos por 20 anos. Ela criticou o “desemprego recorde”, a queda da massa salarial e a evasão de jovens de universidades e escolas técnicas.

Apos o evento, a candidata voltou a dizer que abrirá mão de disputar a Presidência caso haja unidade dos três outros partidos da esquerda que pretendem concorrer ao pleito.

“Serei candidata, a partir da homologação, para defender o nosso país da cobiça das grandes corporações e das grandes potências internacionais. Sou candidata porque o Brasil é um sonho que pode ser realizado, porque acreditamos que é possível defender o desenvolvimento sustentável, aquele que coloca a Região Amazônica no centro das alternativas”, disse.

Reforma da Previdência

Sobre a Previdência, a candidata defendeu que se faça antes uma auditoria para saber o “tamanho do déficit”, e depois propor uma reforma que combata os privilégios. Manuela d'Ávila também disse apoiar a taxação dos lucros, dividendos e das grandes fortunas. "É necessário radicalizar a democracia. Ou seja, ocupar poder. É possível construir uma política com muito mais participação da sociedade", prometeu ainda.

Em diversos momentos do discurso, a candidata criticou também a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ela, tem sido perseguido porque lidera as pesquisas de intenção de voto. “Nós acreditamos na necessidade de, durante os próximos 60 dias, não baixarmos a bandeira da defesa da liberdade de Lula”, disse.

Participaram da convenção o governador do Maranhão, Flávio Dino; a senadora Vanessa Graziotin (AM); a deputada Jandira Feghali (RJ); e a presidenta nacional da sigla, Luciana Santos. Também estiveram presentes a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, e a coordenadora da campanha de Manuela, a ex-vice-prefeita de São Paulo Nádia Campeão.

Perfil

Nascida em Porto Alegre (RS) em agosto de 1981, Manuela Pinto Vieira D'Ávila é jornalista. Ingressou em 1999 na União da Juventude Socialista, ligada ao PCdoB, e mais tarde chegou à vice-presidência da UNE. Foi vereadora na capital gaúcha e deputada federal por dois mandatos.

Sua atuação sempre foi focada em pautas sociais especialmente educação, juventude e direitos humanos. Manuela também já se candidatou, sem sucesso, duas vezes, à prefeitura de Porto Alegre, em 2008 e 2012. Desde 2015, ocupa uma vaga na Assembleia Legislativa do estado.